quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Uma Seleção Desequilibrada

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Tite anunciou na segunda-feira os 26 jogadores que irão representar o Brasil na Copa do Mundo do Catar. Como esperado, o treinador preferiu ser leal a seu grupo de atletas e optou por manter a base que convocou ao longo do ciclo. Poucas surpresas, portanto, em sua lista final.

Os questionamentos iniciais caem sobre os veteranos Daniel Alves e Thiago Silva que estão com 39 e 38 anos, respectivamente. O futebol está cada vez mais exigente sob o ponto de vista físico, algo que vivo escrevendo aqui no blog, e dificilmente a dupla conseguiria fazer a diferença em campo nesse cenário. Vale, porém, dar o benefício da dúvida visto que os experientes Chiellini e Bonucci fizeram uma ótima Eurocopa pela Itália em 2021 apesar da idade.

Minha maior crítica, porém, se dá em relação a como Tite utilizou as três vagas adicionais: todas ocupadas por atacantes. Todas as outras posições foram ignoradas apesar dos riscos de lesões (lembrando que o futebol atual tem exigido demais dos atletas) e da COVID-19 (mesmo com a pandemia sob controle, jogadores ainda podem ser afastados se testarem positivo para o vírus).

Um exemplo bastante trágico se deu com a França durante a última Eurocopa quando os Bleus ficaram sem opções para as laterais e o treinados Didier Dechamps foi obrigado a improvisar o volante Rabiot na esquerda e o zagueiro Koundé na direita. Tite, portanto, deveria considerar esta infeliz possibilidade embora ele conte com alguns atletas versáteis como Militão (pode atuar na defesa ou na lateral direita) e Fabinho (é cabeça-de-área mas já atuou aberto na direita).



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Outro risco, a meu ver, é a ausência de um meia-armador. Lucas Paquetá é muito mais um meia central/segundo volante do que um camisa 10, enquanto Everton Ribeiro é winger. Uma das vagas adicionais poderia ser preenchida por alguém como Felipe Anderson, Gustavo Scarpa ou Ganso. É possível, porém, que Neymar realize a função como vinha fazendo no PSG sob as ordens de Thomas Tuchel. Ou que Rodrygo ocupe tal espaço como falso nove. Há, ainda, a possibilidade de Tite mudar o esquema para 4-4-2/4-2-4 para acomodar mais atletas ofensivos, mas eu duvido.

A maneira como Tite utilizou as três vagas adicionais pode ser interpretada de duas maneiras: ou o treinador tem um plano bastante arrojado para o Mundial, ou o gaúcho resolveu realizar um all in para a convocação visto que não tem mais nada a perder -o técnico deixará a Seleção após a Copa.

A falta de equilíbrio na composição do elenco, portanto, demonstra que Tite tem um grande plano para surpreender seus rivais ou que, simplesmente, foi para o "tudo ou nada". Saberemos a resposta no dia 24 de novembro quando o Brasil estrear na Copa. 



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF




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