terça-feira, 1 de novembro de 2022

Sem Retorno

Nacho Fernández, Eduardo Vargas e Hulk: elenco milionário,
objetivos distantes (imagem extraída de www.facebook.com/atletico).



Os clubes investem pesado na montagem de seus elencos com vários objetivos: explorar a imagem de seus jogadores (principalmente com venda de camisas), manter a instituição em evidência na mídia, impressionar os rivais e, obviamente, conquistar títulos na temporada.

Os dirigentes sabem que os torcedores "perdoarão" os cartolas com os títulos e, por isso, os mandatários preferem investir os recursos do clube na contratação de jogadores ao invés de pagar dívidas. Ademais, os fãs adoram a vinda de reforços visto que isto é uma maneira dos clubes se afirmarem sobre os rivais, sobretudo quando algum medalhão desembarca em seu time de coração.

A vinda de reforços de peso, contudo, nem sempre se traduz em títulos, sobretudo quando falamos em conquistas internacionais. Os milionários Manchester City e o Paris Saint-Germain, por exemplo, estão há anos lutando por um título na Champions League mas ainda não tiveram a honra de erguer a "Orelhuda" a despeito de tantas contratações milionárias temporada após temporada.

O Atlético Mineiro, desde 2021, passou a receber ajuda de um grupo de empresários, sendo Rubens Menin o mais presente deles na rotina do clube. A instituição passou a contratar diversos medalhões com o objetivo de conquistar o bicampeonato da Libertadores. Desde então, reforços de muito peso passaram a desembarcar na Cidade do Galo incluindo Hulk, Nacho Fernández, Diego Godín, Alan Kardec e tantos outros.

Todo o investimento do Galo, porém, passou bem longe do objetivo principal. As dívidas do clube, por outro lado, ainda não foram sanadas visto que os empresários apenas injetam recursos no futebol e cabe à própria instituição resolver as finanças.



Endividado, o Barcelona realizou diversas engenharias financeiras para montar um elenco estrelado,
mas foi eliminado da Champions mesmo assim (imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona).



O Barcelona atravessa uma das maiores crises de sua história e, mesmo assim, seus dirigentes realizaram diversas engenharias financeiras para contratar grandes astros como Lewandowski, Bellerín, Christensen, Koundé, ... Apesar de todos esses reforços, o time catalão caiu ainda na fase de grupos da Champions League 2022-23.

Todo investimento possui riscos e o futebol não é exceção. O esporte, além disso, envolve o fator humano: talvez os jogadores não consigam atuar como um time ou demorem para se entrosar, por mais diferenciados que sejam. Há, ademais, uma equipe adversária do outro lado que também fará o possível para vencer.

Há também as próprias aleatoriedades do esporte. Quem imaginaria, por exemplo, que o Atlético Mineiro seria eliminado por um Palmeiras que estava com dois jogadores a menos na Libertadores deste ano? Ou quando a Roma, com um orçamento muito menor que o do Barcelona, desclassificaria os catalães da Champions em 2018? Expulsões, lesões, brigas nos vestiários, arbitragem ruim, ... Múltiplos fatores podem interferir no desenrolar das partidas e causar "zebras".

Um elenco com jogadores de qualidade, portanto, aumenta as chances de títulos mas não oferece garantias de troféus. Injetar dinheiro em um time de futebol é, na prática, uma aposta onde espera-se retorno (seja financeiro ou na forma de conquistas) mas que nem sempre acontece.

Os dirigentes de Atlético Mineiro, Barcelona ou de qualquer outro clube podem investir o quanto quiserem em seus elencos mas é preciso ter ciência de que o futebol não possui fórmula exata para o sucesso. Ademais, um cenário de dívidas, como é o caso dos dois clubes, torna tais manobras ainda mais arriscadas.



Imagem extraída de  www.facebook.com/atletico




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