sábado, 12 de novembro de 2022

Quebra de Ritmo

O São Paulo fazia boa campanha na Libertadores em 2010, mas a pausa para a Copa
arrefeceu o bom momento do time (imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc).



Nós brasileiros estamos mais do que acostumados com a pausa para a realização da Copa do Mundo a cada quatro anos entre os meses de junho e julho. Nossa temporada inicia-se ao final de janeiro e encerra-se no início de dezembro.

Os europeus, porém, irão experimentar algo atípico no continente, visto que a temporada inicia-se ao final de agosto e encerra-se no final de maio do ano seguinte. É a primeira vez que a Europa terá de interromper uma sessão em virtude do Mundial, que foi realocado para esta época em virtude do clima do Catar.

A interrupção para o Mundial traz benefícios e malefícios. Há a chance para se recuperar atletas lesionados ou fisicamente cansados e também para que novos treinadores possam implementar seu estilo de jogo. A pausa, porém, interrompe o bom momento de equipes que atravessam uma boa fase além de devolver aos clubes atletas desgastados pela Copa do Mundo.

Uma vítima da pausa para a Copa do Mundo foi o São Paulo. Em 2010, o Tricolor fazia uma boa campanha na Libertadores e caminhava a passos largos para o tetracampeonato, mas a interrupção freou a boa fase do time que acabou eliminado pelo Internacional. Oito anos depois, o Soberano desfrutava da liderança do Brasileirão mas, novamente, teve o seu ritmo quebrado (além de sofrer com problemas internos) e terminou a competição em 5º.

Equipes europeias que atravessam um bom momento (Arsenal, Napoli, Union Berlin, ...) deverão sofrer com pausa e voltar "frios" para a temporada. Times que estão em má fase (Chelsea, Marseille, Sevilla, ...), em contrapartida, terão uma ótima oportunidade para reagir na tabela aproveitando a quebra de ritmo dos rivais.



Será que o Arsenal conseguirá manter o ritmo após a pausa para a
Copa do Mundo (imagem extraída de www.facebook.com/Arsenal)?



Os clubes europeus terão de se planejar diante da situação inédita. Haverá muito trabalho para recuperar os atletas que retornarem do Mundial e também para que os demais não percam o ritmo de jogo durante a pausa. A parte psicológica também será importante para que os futebolistas mantenham a concentração visto que ainda há toda uma temporada adiante.

A situação inédita, portanto, tornará a temporada 2022-23 totalmente imprevisível. A quebra de ritmo deverá mudar as perspectivas para todas as competições, incluindo a Champions League e a Europa League, como analisei em posts anteriores.

Cabe, por fim, fazer uma comparação com a temporada 2019-20, que foi interrompida pela pandemia. O Bayern München, que fazia uma sessão apenas morna, reagiu após a pausa e arrancou para a sua segunda Tríplice Coroa. Durante a ocasião, os bávaros demitiram o técnico Niko Kovač e o promovido Hansi Flick teve todo o tempo do mundo para arrumar a casa.

Nós brasileiros temos muita experiência dos efeitos de uma temporada interrompida para Copas do Mundo. Esta, porém, será a primeira vez dos europeus diante de tal situação. Se você gosta de apostar em times, recomendo que você espere um pouco antes de arriscar seu dinheiro, pois o desfecho dos campeonatos na Europa será mais imprevisível do que nunca.



O Sevilla poderá tirar bom proveito da pausa: o treinador Jorge Sampaoli terá
tempo para implementar seus métodos e o Nervión poderá se recuperar diante
de rivais sem ritmo de jogo (imagem extraída de www.facebook.com/sevillafc).




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