sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Você É Livre para Fazer as suas Escolhas, mas...

Imagem extraída de www.facebook.com/ACGOficial



Pensei, inicialmente, em utilizar o São Paulo como exemplo para o texto de hoje mas optei pelo Atlético Goianiense, um caso bem mais extremo do quanto priorizar as copas/mata-matas em detrimento ao Campeonato Brasileiro pode ser arriscado. O Dragão, apesar dos riscos, quis bancar a aposta e pagou caro por isto.

Nossos clubes sempre priorizaram os mata-matas em detrimento aos pontos corridos. Como disse Mano Menezes em 2007, "a Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores" visto que a quantidade de jogos era menor -apenas doze partidas disputadas nas eliminatórias contra 38 nos pontos corridos. Ademais, são títulos teoricamente mais palpáveis pelo mesmo motivo e ainda pode-se tirar proveito da pressão exercida pelo torcedor. 

Ignorar o Campeonato Brasileiro, porém, traz consequências graves com o time desperdiçando pontos que podem ser preciosos na reta final da competição. Ademais, uma campanha ruim no mata-mata culmina na eliminação do time, enquanto uma jornada fraca nos pontos corridos pode resultar no rebaixamento do clube.

Um agravante foi a mudança no formato das competições. Até 2016, as copas duravam apenas um semestre -Libertadores e Copa do Brasil eram disputadas de janeiro a julho, enquanto a Sulamericana era jogada de julho a novembro. Não havia, portanto, grandes prejuízos em se priorizar os mata-matas. Agora as eliminatórias ocorrem ao longo do ano todo e os clube precisam se planejar melhor antes de abrir mão do Brasileirão, algo que a maioria dos nossos times não faz.



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O Atlético Goianiense, com chances pequenas de título no Brasileirão, concentrou seus esforços na Copa do Brasil e na Sulamericana. Com isso, o Dragão deixou de pontuar mesmo diante de adversários considerados "fáceis" e foi afundando na tabela. Com as eliminações, restou ao time tentar se salvar do rebaixamento mas havia pela frente uma sequência de jogos difíceis, com rivais muito a frente dos goianos. Não obstante, há o fator anímico, afinal é muito mais difícil motivar o grupo com time na zona de descenso e com a necessidade de se obter resultados a curto prazo.

O Dragão, ironicamente, fez boas campanhas nas copas -chegou às semifinais da Sulamericana (caiu para o São Paulo) e às quartas-de-final da Copa do Brasil (foi eliminado para o Corinthians). E o Atlético vendeu caro as eliminações, conseguindo se impor diante dos rivais apesar das discrepâncias financeiras. Todo o esforço dos goianos, porém, foi em vão com as desclassificações.

O Atlético ainda tem chances de permanecer na Série A mas não depende apenas de si: precisa derrotar o América Mineiro (que luta por vaga na Libertadores) no Independência, torcer por uma derrota do Cuiabá e ainda superar o Dourado nos critérios de desempate.

O drama do Atlético Goianiense serve de alerta para todos os times. As copas são, de fato, um caminho muito mais curto para os títulos e também para a Libertadores pela quantidade de jogos disputados. Desprezar o Brasileirão, porém, traz consequências muito mais graves do que os mata-matas, algo que insistimos em ignorar.



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