segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Clubes, Invistam na Base

Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Terminou ontem mais uma temporada do futebol brasileiro. A maioria dos jogadores irá desfrutar de suas merecidas férias enquanto alguns poucos irão ao Catar para disputar a Copa do Mundo. Enquanto isso, dirigentes começam o planejamento para o ano de 2023 onde serão definidas contratações, dispensas, mudanças (ou não) no comando técnico, metas e diversos outros assuntos.

Os torcedores e treinadores, como sempre, estarão ávidos por reforços. Sempre escrevo aqui no blog que contratações são sempre muito bem-vindas pelas agremiações, afinal os fãs gostam, os clubes se mantêm em evidência na mídia (sobretudo se algum medalhão desembarcar na instituição) e os times demonstram poder aquisitivo com a compra de novos jogadores.

Eu, porém, sempre defendo desde os princípios do blog em 2013 que os clubes aproveitem mais os jogadores formados na própria instituição visto que eles custam mais barato, já são identificados com o time e podem gerar ainda mais lucros em eventuais vendas.

Os próprios clubes, porém, ainda preferem contratações em detrimento aos garotos formados em suas bases. A aquisição de jogadores, como explanado em parágrafos anteriores, é uma maneira da instituição se afirmar ante seus rivais. Ademais, muitos jovens sentem a mudança para o profissional e acabam cometendo erros, o que nem sempre é perdoado pelo torcedor. E os técnicos, que precisam de resultados a curto prazo para se manterem no cargo, preferem trazer o talento pronto ao invés de esperar o amadurecimento de uma promessa.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Tudo isto ficou evidente em uma entrevista concedida pelo treinador Rogério Ceni após derrota para o Internacional: "Ou investe e faz time forte, arruma gente que queira investir, trazemos jogadores para tornar o São Paulo mais forte, ou investimos em jogadores mais jovens e temos objetivos mais modestos para o ano que vem". Eu também já observei garotos do Palmeiras sendo hostilizados pelo próprio torcedor após cometerem erros no time profissional.

Investir na base, porém, pode se tornar um modelo financeiramente sustentável, conforme expliquei com o caso do Independiente del Valle. Outro bom exemplo é o Ajax que reza fielmente pela cartilha do Mestre Johan Cruyff e aproveita dezenas de talentos revelados todos os anos sem perder a competitividade em campo. Uma pena que os Godenzonen raramente conseguem manter seus elencos diante de rivais com maior poder aquisitivo.

Muitos talentos, ademais, acabam sendo perdidos devido à falta de paciência dos clubes. Um exemplo foi Casemiro que faturou cinco Champions pelo Real Madrid e que poderia gerar ainda mais lucros ao São Paulo se a instituição aproveitasse melhor o volante. Ou o zagueiro Marquinhos, que hoje é um dos melhores do mundo, foi dado praticamente de graça à Roma pelo Corinthians.

Os clubes, portanto, deveriam pensar em utilizar mais a base antes de buscar por reforços, mesmo que seja apenas para compor o elenco. Infelizmente, o futebol é um meio extremamente competitivo e que demanda resultados a curto prazo. Em razão disto, as instituições provavelmente ainda darão preferência ao talento pronto ao invés de formá-lo.



Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians




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