domingo, 27 de novembro de 2022

Vida Longa ao Camisa 9!

Füllkrug (o camisa 9 acima) e Morata marcaram os gols do
jogo (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



O futebol moderno diminuiu drasticamente o espaço dos chamados "camisas 9", aqueles atacantes grandões que ficam esperando as bolas levantadas na área para guardar algum gol. Mesmo com o sucesso de Lewandowski e Haaland, a preferência atual é por atletas de mais mobilidade, que possam ajudar na marcação e também na articulação de jogadas. Mas hoje Álvaro Morata e Niclas Füllkrug demonstraram a importância desse tipo de jogador.

A Espanha foi em 4-3-3/4-1-2-3 com a sua especialidade: trocar passes curtos em busca de espaços. Alemanha adotou o 4-2-3-1, utilizou seus homens de frente para interceptar a saída de bola espanhola e buscar contra-ataques.

O jogo começou com os dois times se estudando bastante. A Espanha, com mais posse de bola, tinha mais iniciativa e tentava atacar principalmente pela esquerda com Dani Olmo e Jordi Alba. A Alemanha respondia também trocando passes e aproximando seus meias. O primeiro tempo foi bastante equilibrado e terminou em um justo 0x0.



Espanha, em 4-3-3/4-1-2-3, avança trocando passes e tenta
atacar principalmente pela esquerda com Jordi Alba e Dani
Olmo. Alemanha, em 4-2-3-1, tenta interceptar a saída de
bola espanhola ou, então, contra-ataca chegando com seus
meias mais ofensivos (imagem obtida via this11.com).



Luis Enrique coloca o atacante Álvaro Morata para abrir os espaços na defesa alemã e ordena que Dani Olmo continue forçado as jogadas pela esquerda aproveitando que Thilo Kehrer estava amarelado. Além disso, a Furia passou a dificultar os contra-golpes alemães no "perde-pressiona", com vários homens cercando o condutor da bola.

Alemanha continua apostando na troca de passes mas isto só favoreceu o jogo dos espanhóis visto que a Furia atua muito melhor com a bola no chão do que a Mannschaft. As melhores chances da Nationalelf só vieram em cobranças de bola parada desperdiçadas por Rüdiger.

A Espanha consegue abrir o placar em um contra-ataque pela esquerda e que terminou em finalização de Morata. Necessitando do resultado, Hansi Flick coloca o grandão Niclas Füllkrug e faz a Alemanha utilizar o que tem de melhor: imposição física, jogadas velozes e bolas aéreas.

A Furia, porém, perde Jordi Alba por lesão o que prejudicou as jogadas pela esquerda com Dani Olmo e também foi um convite para Leroy Sané apertar o garoto Alejandro Balde.

A persistência da Mannschaft foi recompensada com o gol de Füllkrug. E a Alemanha seguiu pressionando em busca da virada, mas a defesa espanhola conseguiu segurar o empate com muito sacrifício.



Espanha dificulta a saída de bola alemã e consegue abrir o placar
pela esquerda com Morata. Alemanha responde na imposição
física com Füllkrug e pela direita com Sané forçando jogadas
sobre Balde (imagem obtida via this11.com).



O empate acabou sendo um pouco melhor para a Espanha que agora soma quatro pontos e ainda depende apenas de si para chegar às oitavas. Alemanha está viva mas terá de derrotar a Costa Rica (de preferência por goleada) e torcer para que o Japão, no máximo, empate.

Cabe uma crítica à Alemanha que precisa usar melhor os recursos que têm a disposição. O toque de bola utilizado por Joachim Löw já não é mais tão efetivo como em 2014 e ainda facilitou o trabalho da Espanha, que é muito melhor com a pelota no chão. Se tivessem utilizado a imposição física antes, o resultado talvez tivesse sido melhor para a Mannschaft.

A partida terminou empatada mas tivemos um vencedor que foi o camisa 9 típico. Morata e Füllkrug não são exatamente craques mas demonstraram que a importância de um atacante de área é muito maior do que apenas abrir espaços na defesa rival.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




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