sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Dessincronizado

O Liverpool superou a concorrência e assinou com Cody Gakpo, destaque
da Copa 2022 (imagem extraída de www.facebook.com/LiverpoolFC).



Contratações na janela de inverno no futebol europeu são apenas pontuais para cobrir ausências (lesões, desfalques ou saídas de jogadores) ou visando resultados a curto prazo. Isso explica porque raramente temos grandes transferências em janeiro na Europa visto que os clubes buscam apostas seguras para tapar eventuais buracos no elenco.

Tivemos, porém, a Copa do Mundo que foi realizada excepcionalmente durante a temporada europeia -geralmente o Mundial é disputado ao término de uma sessão no Velho Continente, entre junho e julho. A competição afetou os outros campeonatos da Europa em todos os sentidos, incluindo as contratações.

O Mundial projeta e também valoriza muitos jogadores. E os clubes sempre se assanham em contratar algum destaques da competição, seja para solucionar alguma carência no elenco ou meramente para fazer marketing -e, acredite, isso faz diferença em campo visto que os adversários sempre ficam preocupados quando precisam enfrentar algum atleta de renome.

As transferências de meio de temporada, contudo, envolvem muitos riscos: o jogador pega o bonde andando, há pouco tempo para se entrosar com os novos colegas ou se adaptar a um novo esquema tático devido a ausência de pré-temporada e dificilmente há o encaixe imediato no grupo. Não à toa, a maioria das piores contratações publicadas no blog do jornalista Leonardo Bertozzi eram realizadas durante o inverno europeu.



O Chelsea contratou João Félix por empréstimo junto ao Atlético
de Madrid (imagem extraída de www.facebook.com/ChelseaFC).



O risco de uma contratação pós-Copa durante o inverno é justamente esse: paga-se muito caro por um jogador valorizado e que dificilmente trará resultados imediatos devido ao curto período para adaptação. Os clubes não realizariam grandes transferências durante este período em um cenário normal mas o Mundial fez com que os times excepcionalmente se movimentassem bastante no mercado.

O futebol, porém, envolve o fator humano e existe a possibilidade de uma contratação de meio de temporada vingar. O Liverpool, por exemplo, trouxe o zagueiro Virgil van Dijk no início de 2018 e o holandês acabou sendo um tiro certeiro dos Reds, tanto a curto quanto a longo prazo. Mas que o torcedor não se empolgue: o defensor foi uma honrosa exceção em meio a tantos flops de inverno.

Resta saber se Cody Gakpo, João Félix, Wout Weghorst e outros ingressantes se darão bem em seus novos clubes. A Copa do Mundo serviu para impulsionar a transferência e os valores destes jogadores, mas que o torcedor tenha consciência: a estatística e o retrospecto jogarão contra estes atletas.



O Manchester trouxe Wout Weghorst para cobrir a saída de Cristiano
Ronaldo (imagem extraída de www.facebook.com/manchesterunited).




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