sábado, 7 de janeiro de 2023

Resgate

Imagem extraída de www.facebook.com/AFASeleccionArgentina



O futebol argentino sempre foi exaltado pela garra e pela determinação de seus jogadores. Os nossos clube buscam por atletas nascidos no país vizinho justamente para que possam injetar um pouco de raça em nossas equipes. Não a toa jogadores como Tévez, D'Alessandro, Kannemann, Calleri e outros rapidamente se tornaram ídolos por aqui.

Quem acompanhou a Albiceleste durante os ciclos para as Copas 2014 e 2018, contudo, percebeu que a Seleção Argentina estava bem diferente daquelas equipes "guerreiras" de outras décadas. Talvez por influência de Messi (que foi formado e moldado pelo Barcelona de Guardiola), a raça e a intensidade foram substituídas pela elegância e pelo toque de bola.

Os jogadores mais "guerreiros" como Tévez e D'Alessandro também foram perdendo espaço com as transformações da Argentina e substituídos pelos colegas mais técnicos. O único atleta que mantinha um pouco daquela atitude de outrora era Javier Mascherano que eu criticava mas hoje reconheço toda a sua importância na equipe.

A Argentina, com isso, tornou-se uma equipe agradável de se assistir pelo futebol praticado mas também monótona pela apatia em campo. A obsessão em tentar emular o Barcelona de Guardiola para encaixar Lionel Messi havia sacrificado toda a atitude da equipe.



Imagem extraída de www.facebook.com/AFASeleccionArgentina



Lionel Scaloni assumiu durante o ciclo para a Copa 2022 por falta de opções. A AFA havia procurado treinadores de renome para a vaga de Jorge Sampaoli, incluindo Guardiola, mas o ex-lateral, que seria apenas interino, acabou ficando. 

O treinador, que viveu a transição da geração de Simeone para a de Messi, resgatou o estilo "guerreiro" que havia consagrado a Albiceleste antes do surgimento da Pulga. Não por acaso, o futebol de Scaloni lembra muito o do técnico do Atlético de Madrid ou de Mauricio Pochettino visto que todos surgiram mais ou menos na mesma época.

O próprio Messi estava diferente para o Mundial 2022. Antes cabisbaixo a cada derrota ou gol sofrido, a Pulga deu uma demonstração de raça e determinação em campo. Estava mais do que disposto a conquistar o troféu em seu sprint final.

O futebol continuou agradável de se ver com toque de bola, dribles e lances individuais. A equipe, porém, tonou-se mais faltosa. A adoção de um meio-de-campo mais marcador do que criador (Fernández, De Paul e Mac Allister) sacrificou a elegância em prol da raça mas os resultados foram alcançados.

Os times, portanto, precisam se atentar às constantes mudanças do futebol visto que a está cada vez mais fácil de se obter informações e os treinadores, com isso, têm mais facilidade para inovar ou elaborar contramedidas para enfrentar seus adversários. Mas, ao mesmo tempo, isso faz com que muitos valores sejam perdidos e Scaloni soube dar um passo atrás para dar dois adiante ao resgatar o espírito guerreiro que a Argentina havia esquecido ao longo dos anos.



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