terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Legião Estrangeira

O São Paulo deseja oferecer uma cidadania brasileira a Arboleda para abrir mais vagas
destinadas a jogadores estrangeiros (imagem obtida de www.facebook.com/saopaulofc).



A quantidade de atletas estrangeiros atuando aqui no Brasil aumentou significativamente durante os últimos vinte anos. Hoje praticamente todos os clubes brasileiros possuem pelo menos um jogador nascido fora do país em seus elencos.

Os estrangeiros vêm ao Brasil devido à situação financeira de nossos clubes que, de modo geral, é melhor que a das instituições de países vizinhos e, portanto, nossos times têm condições de pagar salários mais elevados. Os torcedores também gostam dos gringos visto que eles possuem outra mentalidade (costumam ser mais aplicados em campo), algo que os fãs sempre exaltam.

A vinda de estrangeiros, contudo, não traz apenas vantagens aos times. Nossos clubes podem escalar no máximo até cinco jogadores nascidos fora do país, número que já foi menor visto que até meados de 2013 apenas três desses atletas poderiam estar à disposição do treinador.

A medida protecionista existe para evitar que algum jogador estrangeiro tire o emprego de um brasileiro. Tal regra também existe na Europa mas o atleta pode se valer de algum ancestral oriundo do Velho Continente para obter um passaporte europeu e, dessa forma, não ocupar uma vaga destinada a um forasteiro.



O zagueiro Kuscevic está sem espaço no Palmeiras devido aos muitos
estrangeiros no elenco (imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras).



O São Paulo pretende obter uma cidadania brasileira para o zagueiro Arboleda e, desta forma, utilizar mais atletas estrangeiros em 2023. Em 2022 o Tricolor possuía sete jogadores nascidos fora do país (Calleri, Arboleda, Bustos, Galoppo, Ferraresi, Neves e Colorado) e o treinador era obrigado a barrar dois deles para não exceder a cota. E mais gringos podem desembarcar no Morumbi, o zagueiro argentino Alan Franco e o volante equatoriano Jhegson Méndez.

O Palmeiras passou por situação semelhante visto que possuía seis estrangeiros (Gómez, Flaco López, Merentiel, Kuscevic, Piquerez e Atuesta) em 2022 e o defensor chileno quase sempre era o preterido. O Verdão deve emprestar ou negociar dois deles para resolver a situação.

Um outro problema ocorre durante as chamadas "datas FIFA" quando os estrangeiros são convocados para defender suas respectivas seleções. As federações de outros países costumam ser menos flexíveis que a CBF e raramente os clubes conseguem dispensas para seus atletas, o que significa desfalque e prejuízo técnico. Um dos maiores prejudicados foi o Flamengo que perdeu De Arrascaeta em vários momentos e ainda recebeu de volta o meia lesionado.

Reforços são sempre bem-vindos independente do berço. A vinda de estrangeiros, contudo, não é motivo apenas de alegria para os times. Como observado, há um ônus na contratação de gringos e os clubes precisam estar preparados para lidar com isso. São Paulo, Palmeiras e Flamengo tiveram de realizar muitas manobras para utilizar seus jogadores nascidos fora do Brasil.



Cada "data FIFA" significava um sofrimento a mais para o flamenguista
que perdia De Arrascaeta (foto acima), Vidal e Varela para as seleções
estrangeiras (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial).




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