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Quando o magnata Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003, o russo tratou de dar um verdadeiro banho de loja em sua equipe e contratou dezenas de estrelas. Conseguiu até seduzir jogadores oriundos de seus grandes rivais da Premier League como Ashley Cole do Arsenal em 2006 e Fernando Torres do Liverpool em 2011.
O objetivo de Abramovich era se afirmar o mais rápido possível dentre os grandes clubes da Europa, sobretudo diante da rejeição que os concorrentes passaram a nutrir pelos Blues após a chegada do russo ao Chelsea. Para isso, o magnata precisava de grandes contratações para demonstrar seu poderio financeiro e também para criar atalhos até os troféus.
O Vasco e o Bahia, recém adquiridos pela 777 Partners e pelo Grupo City respectivamente, anunciaram nada menos do que dez contratações até o momento. E seus proprietários prometem não parar por aí com metas cada vez mais ambiciosas para seus clubes.
O objetivo dos "novos ricos" é o mesmo de Abramovich quando adquiriu o Chelsea: demonstrar o poderio financeiro das entidades através de contratações e criar equipes estreladas para chegar aos títulos o quanto antes. Vasco e Bahia já possuíam tradição no futebol brasileiro muito antes de se tornarem clubes-empresas mas só isso não basta: seus novos proprietários precisam realizar algo grandioso para sua própria afirmação.
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Contratações sempre são bem-vindas: o clube se mantém em evidência na mídia, o treinador ganha opções no elenco, os rivais ficam preocupados e os torcedores gostam. Muitos mandatários, inclusive, anunciam novos jogadores para desviar a atenção de problemas internos.
Não há, contudo, uma fórmula certa para se montar uma equipe vencedora. Bons jogadores e bons treinadores ajudam, mas não oferecem nenhuma garantia de troféus. Basta lembrar-nos do Real Madrid e seus elencos estrelados entre 2003 e 2006 que não conquistaram troféus durante o mencionado período. Ademais, Madri ficou pequena demais para comportar todos aqueles egos em um vestiário.
O próprio Abramovich levou quase dez anos para, enfim, conquistar a sua desejada Champions League em 2012. Sua obsessão pelo troféu fez com que dezenas de jogadores e treinadores fossem contratados e queimados até que o título viesse para o lado azul de Londres.
O Vasco, já com alguns de seus reforços à disposição, realizou um teste contra um River Plate em renovação e acabou sendo goleado por 3x0 pelos Millonarios. Mais uma demonstração de que ter bons jogadores e treinadores à disposição não é tudo: é necessário tempo para que o grupo possa se entrosar e transformar em uma verdadeira equipe.
Os clubes-empresas vieram para ficar e acabar de vez com o amadorismo da cartolagem que tanto atrasa o nosso futebol. Mas o modelo não é infalível e, tampouco, oferece garantia de sucesso como tudo o que envolve o fator humano. Abramovich, quando assumiu o Chelsea em 2003, cometeu diversos erros e torrou milhões de Euros até, finalmente, colocar as mãos na Champions League em 2012. Será que os "novos ricos" Vasco e Bahia precisarão trilhar o mesmo caminho para compreenderem?
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