sábado, 10 de junho de 2023

Cidadãos da Europa

Com este chute de fora da área, Rodri garantiu o primeiro título para o City na
história da Champions (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



O Manchester City, enfim, ergue seu primeiro troféu na Champions League. Os investidores emiráticos, que adquiriram o clube em 2008, finalmente conseguem o sonhado título que coroou todos estes anos de investimento. E foi em uma boa hora visto que os acionistas mudaram a postura no mercado durante os últimos anos e passaram a ser mais agressivos em contratações ao trazerem nomes de peso como Haaland, Grealish, De Bruyne e Mahrez.

Não houve grandes surpresas nas escalações e ambos os treinadores foram a campo com os as formações que costumam adotar rotineiramente. Simone Inzaghi repetiu o 3-5-2 mas com Brozović no lugar de Mkhitaryan visando melhorar a marcação no meio-de-campo. Pep Guardiola, por sua vez, foi de 3-4-3 com Aké, recuperado de lesão, no lugar de Walker.

A Inter repetiu a estratégia das partidas anteriores e travou o City com os cinco homens no meio-de-campo além de usar linhas altas para dificultar a saída de bola dos ingleses. Os Citizens, então, foram obrigados a arriscar bolas longas na direção de Haaland sem muito sucesso.

Os Nerazzurri, porém, levaram pouco perigo nas finalizações e Ederson pouco trabalhou no primeiro tempo. Os Citizens deram a resposta com De Bruyne, que achou espaços na parte central e serviu Haaland que finalizou em cima de Onana. Foi, porém, o último grande feito do belga que precisou ser substituído por lesão.



Inter, em 3-5-2, tranca os ingleses e força os Citizens a
tentar bolas longas. City, em 3-4-3, encontra a alternativa
pelo meio com Kevin de Bruyne, antes do belga ser
substituído por lesão (imagem obtida via this11.com).



O City aproveita o cansaço da Inter e consegue se impor mais no segundo tempo. Os ingleses conseguem adiantar as linhas e encontram mais espaços aproveitando que os italianos não conseguiam mais manter a pressão agressiva da primeira etapa. Inzaghi até tenta revigorar sua equipe com Lukaku no lugar de Džeko mas o restante da equipe não acompanha o ritmo da mudança. 

Os Citizens conseguem levar a melhor nas divididas e conseguem jogar mais nas laterais, principalmente sobre Dimarco que visivelmente não tinha mais fôlego para marcar. Foi justamente em cima do camisa 32 da Inter que saiu a jogada que culminou no gol de Rodri que acertou um belo petardo de fora da área.

Inzaghi fez mais substituições para tentar ao menos o empate mas seus atacantes visivelmente se afobavam na tomada de decisões, principalmente Lukaku. O City "soube sofrer" e o goleiro Ederson fez defesas sensacionais na segunda metade da etapa complementar. Os Nerazzurri foram se desesperando ainda mais conforme o tempo passava e viram o sonho do tetra ser adiado.



City aproveita o cansaço adversário para adiantar suas linhas
e jogar principalmente pela direita sobre o exausto Dimarco.
Inter tenta responder com o grandão Lukaku mas o belga toma
decisões infelizes na área (imagem obtida via this11.com).



City conquista seu primeiro título na Champions League (e também a Tríplice Coroa) graças ao elenco robusto e, principalmente, porque Guardiola abandonou suas convicções ao apostar em um estilo de jogo compatível com a realidade do futebol. Nada do ultrapassado Tiki-Taka ou da teimosia em insistir em linhas altas desnecessariamente.

Inter perde pela questão física. Seus envelhecidos jogadores não suportaram jogar 90 minutos contra um elenco mais jovem e com mais intensidade, tanto que Guardiola sequer precisou queimar as cinco alterações a que tinha direito. Talvez também tenha faltado experiência ao treinador Simone Inzaghi que estava apenas em sua primeira decisão na Champions.

Os Citizens, enfim, têm o direito de comemorar seu primeiro título na Champions. Foram anos de frustrações e de muitos ajustes no elenco até que o lado azul de Manchester adquirisse maturidade para erguer sua primeira "Orelhuda" da história.



Imagem extraída de twitter.com/ChampionsLeague




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