quarta-feira, 14 de junho de 2023

Quando o Ódio Fala Mais Alto que a Razão

Luan está encostado no Corinthians atualmente
(reprodução www.instagram.com/luanguillherme).



Luan chegou ao Corinthians em 2020 como a principal contratação da temporada. O meia estava em baixa no Grêmio e enxergava no Timão, que estava renovando o seu elenco, a oportunidade perfeita para se reerguer. O jogador, porém, nunca correspondeu às expectativas criadas. Pior ainda: custou R$ 29 milhões aos cofres alvinegros, recebe um salário estimado em R$ 700 mil e está encostado por pressão de torcedores.

Jogadores são "ativos" dos clubes e o simples fato de não entrarem em campo acarreta em sua desvalorização. Mais do que isso, manter um atleta afastado do elenco significa prejuízo para as instituições visto que os esportistas continuam recebendo seus salários sem uma atuação efetiva.

Muito mais sensato seria tentar utilizar utilizar Luan como uma "moeda de troca" e oferecê-lo por algum outro jogador que esteja em baixa em outro clube. Desta forma, o prejuízo seria amenizado para as duas instituições e ainda haveria a possibilidade dos dois atletas envolvidos darem a volta por cima em um novo ambiente.

O Corinthians, assim, poderia trocar Luan por Marinho (que está afastado no Flamengo) ou por Orejuela (que está encostado no São Paulo). E o negócio poderia ser vantajoso para as partes envolvidas visto que o Tricolor e o Rubro-Negro necessitam de armadores e o Timão teria um reforço no ataque ou um lateral mais jovem para rejuvenescer a defesa.



Marinho atualmente está afastado no Flamengo (imagem
extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial).



Os clubes, porém, quase sempre preferem "castigar" um jogador visto que uma transferência não é uma punição propriamente dita. Pode haver empecilhos como a falta de interessados ou divergências nos valores da transação (em especial quando há discrepâncias nos salários dos atletas envolvidos) mas afastar um futebolista deveria ser o último recurso visto que isto também significa prejuízo à instituição.

A maioria dos nossos clubes, cabe lembrar, está bastante endividada e não está em condições de jogar dinheiro fora. Mesmo assim, os dirigentes (muitas vezes sob pressão de conselheiros ou das torcidas organizadas) preferem "castigar" um jogador (na esperança de que ele peça rescisão) a adotar uma solução mais racional e que, ao menos, poderia amenizar as perdas financeiras.

Afastar um jogador apenas torna a situação mais difícil: há a sua consequente desvalorização, o clube paga o salário a um atleta que não entra em campo e ainda torna a relação ainda mais difícil, o que inviabilizaria uma rescisão mais amigável. Não obstante, a medida muitas vezes oferece argumentos para o estafe do profissional acionar a instituição na justiça, o que significa ainda mais desgaste e mais despesas.

É compreensível o sentimento de decepção quando um jogador não corresponde às expectativas criadas mas os clubes deveriam agir com a razão em situações como a de Luan, e não com rancor. Há punições justas mas as instituições só perdem dinheiro ao pagar os salários a um atleta que não entra em campo. 



Orejuela está sem espaço no São Paulo (imagem
extraída de www.facebook.com/saopaulofc).




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