quinta-feira, 8 de junho de 2023

E os Clubes-Empresas, Hein?

Imagem extraída de www.facebook.com/vascodagama



Quando dirigentes anunciaram que seus clubes adotariam os modelos de "Sociedades Anônimas de Futebol" (SAFs), a imaginação dos torcedores certamente voou longe. Os fãs sonhavam com aqueles esquadrões estrelados como os do Chelsea e os do PSG acreditando que algum magnata compraria as instituições e fariam dos títulos uma rotina nos times.

A realidade, contudo, é de que nenhum dos clubes-empresa empolgou até o presente momento. O caso mais grave é o do Vasco que foi eliminado da Copa do Brasil e, atualmente, está na zona de rebaixamento. Cruzeiro e Bahia estão apenas no meio da tabela. O Botafogo lidera o Brasileirão mas transmite aquela desconfortável sensação de que não passa de um elefante em cima de uma árvore: ninguém sabe como subiu mas todos sabem que uma hora irá cair de lá.

É necessário deixar evidente que a transformação em SAF nem de longe era o desejo da grande maioria dos dirigentes visto que a mudança significaria o fim de seus privilégios nos clubes. A maior parte dos cartolas aprovou os clubes-empresas porque suas instituições se encontravam pesadamente endividadas (talvez até em processo falimentar) e não tiveram outra alternativa senão adotar o modelo.

A instabilidade inicial destes times, em parte, se deve justamente à "herança maldita" deixada pelas gestões anteriores, afinal os novos proprietários não apenas se comprometeram a realizar investimentos nos clubes como também assumiram as enormes dívidas contraídas em nome das instituições.



Imagem extraída de www.facebook.com/vascodagama



Cabe mencionar como foi o início da parceria entre Palmeiras e Crefisa em 2015, embora o Verdão não seja um clube-empresa mas passou por um processo muito semelhante o das SAFs. O Porco era um time com um elenco inchado e seu desempenho oscilou bastante durante primeiro ano dos investimentos. O Alviverde venceu a Copa do Brasil mas não convenceu em nenhuma partida a despeito do dinheiro em caixa e dos muitos jogadores à disposição. Apenas a partir de 2016 o clube adquiriu estabilidade e passou a brigar efetivamente pelos troféus. Ou seja, a instabilidade inicial pode ser considerada algo normal.

O clube-empresa, por fim, não é infalível e eu mesmo já apontei possíveis problemas relacionados ao modelo. Ter dinheiro em caixa e muitos jogadores no elenco aumentam as chances de conquistas mas não oferecem garantias de título. O futebol, ademais, envolve o fator humano e, como me disse um professor de história, "nesse tipo de ciência 1+1 pode dar 5". Ou seja, infelizmente há a possibilidade de insucesso por mais que os dirigentes ou acionistas façam tudo "certo".

Os torcedores, portanto, precisam compreender que clube-empresa não é um milagre econômico que irá transformar os times em um Chelsea ou em um PSG. O modelo, como disse o jornalista VSR, foi adotado para salvar as instituições da falência, e não necessariamente para tornar as equipes competitivas. Se terão condições de lutar efetivamente por troféus, só descobriremos depois que este período inicial de instabilidade passar.



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