quarta-feira, 14 de junho de 2023

Respeite os Mais Velhos

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024



Não pretendia acompanhar a fase final da Nations League mas acabei ficando em casa hoje e resolvi aproveitar a oportunidade. E não é que valeu a pena? Pude ver um jogo emocionante e de excelente nível técnico no estádio De Kuip.

A primeira semifinal confrontou a juventude da Holanda (que ainda passa por um processo de renovação após a crise durante o ciclo da Copa 2018) contra a experiência da Croácia (que já está em seu canto de cisne). E prevaleceu a força mental da Hrvatska que, mais uma vez, manteve os nervos no lugar apesar dos dois gols sofridos.

A Holanda foi a campo em 4-3-3/3-4-3 com o zagueiro Geertruida revezando entre as funções de defensor ou volante conforme a necessidade. A Croácia foi com o tradicional 4-3-3 com o ponteiro Perišić recuado para a lateral esquerda.

Ambos os times começaram utilizando a mesma tática com triangulações pelos lados e utilizando linhas altas para dificultar a saída de bola rival. A Croácia, porém, conseguiu executar melhor o seu jogo encaixando melhor a marcação e trabalhando mais a pelota, mas faltava um 9 para os arremates visto que Kramarić saía muito da área.

A Holanda conseguiu criar espaços na defesa croata com bolas longas e inversões de jogada. Foi desta maneira que a Oranje conseguiu desarrumar a zaga rival para que Malen abrisse o placar pela direita após a Croácia se distrair com uma jogada de Xavi Simons pela esquerda.



Croácia, em 4-3-3, trava a Oranje e cria chances de gol
triangulando pelos lados, mas Kramarić sai muito da área
e não aproveita os arremates. Holanda, em 3-4-3, arrisca
bolas longas e consegue abrir espaços na zaga rival
com inversões (imagem obtida via this11.com).



A Holanda, porém, parece ter se cansado no segundo tempo enquanto a Croácia, que se dosou no primeiro tempo, tinha mais fôlego para jogar no segundo. Perišić e Ivanušec passaram a alternar funções e o camisa 14 passou a atacar mais pelo lado esquerdo.

Modrić, pela direita, conseguiu cavar uma falta sobre Gakpo dentro da área e Kramarić converteu o pênalti para empatar a partida. Minutos depois, Perišić, pelo lado esquerdo, cruzou na medida para Pašalić virar para 2x1.

Ronald Koeman, então, partiu para a tática do desespero e colocou diversos meias e atacantes para ao menos buscar o empate enquanto Zlatko Dalić apenas trocou os atletas cansados. O treinador croata, porém, cometeu um erro ao recuar demais seu time e permitir que um chute de fora da área de Lang surpreendesse Livaković e levasse a partida para a prorrogação.



Croácia, mais descansada, acelera o jogo e consegue o empate
com jogadas de Modrić pela direita e Perišić pela esquerda.
Holanda parte para a tática do desespero e consegue arrancar
o empate nos últimos minutos aproveitando o recuo croata
(veja no próximo esquema -imagem obtida via this11.com).



As mudanças de Koeman, porém, cobraram um alto preço no tempo extra e a zaga holandesa estava completamente desarrumada o que permitiu que Petković desempatasse novamente com um chute de fora da área.

Os croatas, com mais espaço, criaram as chances mais claras de gol no tempo extra enquanto a Holanda visivelmente atacavam na base do desespero. Um novo pênalti sofrido por Petković e convertido por Modrić enterrou as esperanças da Oranje.



Holanda, na base do desespero, vai pra cima da recuada Croácia
e leva o jogo para a prorrogação com um chute de fora da área de
Lang. A defesa holandesa, porém ficou completamente exposta e
 Petković teve espaço para jogar à vontade (obtido via this11.com).



Croácia vence por manter a concentração mesmo com os gols sofridos e com os erros cometidos, em especial o de recuar demais nos minutos finais. Holanda perde pela falta de maturidade em campo. Os jovens holandeses sentiram demais a responsabilidade, desperdiçaram chances claras de gol e falharam muito na defesa.

A Hrvatska, mesmo em seu canto de cisne, demonstra uma força mental inabalável. Mesmo com tantos jogadores trintões, a Croácia provou que o futebol não se joga apenas com a força ou a velocidade. Seu toque de bola refinado, a sua concentração e, principalmente, sua experiência fizeram a diferença contra uma Holanda ainda em renovação.



Imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns




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