Escolhas Duvidosas

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Flamengo e Palmeiras decidiram poupar seus jogadores visando suas respectivas decisões em campeonatos estaduais. Ambos os times estrearam na Libertadores com equipes alternativas para que os titulares não sofressem com o desgaste das viagens e também da altitude andina. A derrota dos brasileiros, portanto, foi mais do que esperada.

O treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, já havia externado tal sentimento antes da estreia contra o Bolivar ao declarar em entrevista que seria uma "vergonha" se o Porco perdesse o título no domingo para o Água Santa, como se o Netuno não tivesse méritos ao chegar à final do Campeonato Paulista ao eliminar o tradicional São Paulo e o "novo rico" Red Bull Bragantino.

O campeonato estadual tornou-se uma prioridade ainda maior para o treinador do Flamengo, Vitor Pereira. O Rubro-Negro teve um começo de ano ruim com a perda de três títulos e o treinador, muito pressionado, precisa derrotar o Fluminense para sobreviver no cargo. Um novo revés deve custar o emprego do português.

É obrigação dos times lutar (mas não necessariamente vencer) pelos títulos por mais irrelevantes que sejam, mas questiona-se o que deveria ser prioridade para o Flamengo e o Palmeiras: um campeonato estadual cuja relevância desapareceu há anos, ou a Libertadores que é o passaporte para o sonhado Mundial de Clubes?

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As escolhas dos treinadores retratam exatamente o que é o futebol brasileiro: a preocupação excessiva com os resultados a curto prazo. Ademais, há o temor com a reação por parte de torcedores adversários. Fãs rivais certamente irão tripudiar o Flamengo por uma eventual derrota no Fla-Flu ou a queda do milionário Palmeiras diante de um modesto Água Santa. E as provocações ganham ainda mais repercussão através das redes sociais.

Os resultados ruins na Libertadores aumentam ainda mais a pressão para as decisões nos campeonatos estaduais. Os torcedores certamente irão exigir a vitória e o título como "compensação" pelas derrotas na competição sul-americana. Um novo revés no próximo final de semana pode até desencadear uma crise.

As escolhas dos treinadores até são compreensíveis mas não se justificam para dois clubes que abertamente declaram que o Mundial de Clubes é o grande objetivo. Priorizar um irrelevante campeonato estadual em detrimento à Libertadores é uma decisão completamente ilógica.

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