quarta-feira, 12 de abril de 2023

Jogos Mentais

Ismaël Bennacer (de preto, ao fundo) fez o único gol da partida
(imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



O jornalista Luiz Antônio Prósperi, que eu menciono frequentemente aqui no blog, escreveu em sua coluna no extinto Jornal da Tarde que "futebol também é jogo de força mental". O elenco do Napoli é composto por muitos atletas jovens e, portanto, pouco acostumados a grandes decisões. Não obstante, o time partenopeo comete muitas faltas para controlar as partidas. O Milan soube tirar proveito destas características do adversário para vencer o rival e abrir vantagem no San Siro.

Stefano Pioli escalou o Milan em 4-4-2/4-2-3-1 com o objetivo de segurar o ímpeto rival e fazer contra-golpes às costas da zaga napolitana. Luciano Spalletti, por sua vez, enviou o seu Napoli em 4-3-3 e colocou sua equipe para imprensar os mandantes.

O Napoli tomou a iniciativa e adiantou suas linhas para tentar asfixiar o Milan. Os mandantes responderam com bolas longas ou em contra-golpes rápidos pela esquerda com Theo Hernández e Rafael Leão. O volante Rade Krunić voltava para compor a zaga milanesa e liberar o lateral francês. Kvaratskhelia recebeu atenção especial com Calabria e Kjær mais fixos no lado direito da defesa para tirar os espaços do atacante georgiano.

Os visitantes criaram mais chances de gol mas o goleiro Mike Maignan fez grandes defesas e salvou o time da casa. A ausência de Osimhen foi bastante sentida nos arremates. O Milan respondeu com uma jogada veloz pela esquerda e Bennacer, por aquele lado, fez o único gol da partida.



Napoli, em 4-3-3, adianta as linhas e tenta acelerar o jogo, mas
é "encaixado" pelo 4-4-2 dos Rossoneri. Milan responde
principalmente pela esquerda com Theo Hernández e Rafael
Leão (imagem obtida via this11.com).



Napoli volta trocando passes tentando achar brechas na defesa milanesa e acionando Kvaratskhelia pela esquerda mas a marcação de Calabria e Kjær anula totalmente o georgiano, obrigando os Partenopei a buscar alternativas.

O Milan passou a utilizar o jogo mental para controlar a partida, com lances mais ríspidos e algumas provocações. Isto foi irritando os jogadores do Napoli que passaram a cometer muitas faltas e vários acabaram amarelados.

Os visitantes seguiram pressionando com linhas altas enquanto os mandantes responderam com Theo Hernández pela esquerda. O francês passou a ser "caçado" em campo e o volante Zambo Anguissa acabou expulso após matar dois contra-ataques do lateral do Milan.

 Luciano Spalletti trocou os jogadores amarelados e seguiu buscando, ao menos, o empate mas a desvantagem numérica pesou. As poucas falhas da zaga milanesa eram compensadas pelo goleiro Mike Maignan, que continuou salvando seu time no segundo tempo.



Napoli troca passes e tenta resolver na individualidade de
Kvaratskhelia mas o georgiano é muito bem vigiado por
Calabria e Kjær. Milan segue respondendo com Theo
Hernández, que consegue cavar a expulsão de Zambo Anguissa
e arruinar a reação dos Partenopei (obtido via this11.com).



Milan vence por aproveitar bem os espaços às costas do rival e também por demonstrar mais força mental em campo. Poderia ter aproveitado a vantagem numérica para fazer mais gols e liquidar a fartura para a partida de volta.

Napoli é derrotado pela inexperiência de seus jogadores que se irritaram demais com os adversários ao longo da segunda etapa. Os Partenopei não terão Min-jae nem Zambo Anguissa, ambos suspensos, para o jogo de volta. Menos mal que Spalletti e seus comandados perderam pela vantagem mínima e há possibilidades de se reverter o placar em casa.

A partida de hoje deixou evidente que futebol não se vence apenas no talento: é necessário ter força mental para resistir à pressão e às provocações adversárias. O Napoli careceu de tais qualidades enquanto o Milan sobrou em campo nesses quesitos.

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