O ex-atacante Ronaldo adquiriu o Cruzeiro em 2021 (imagem extraída de www.facebook.com/ronaldo). |
Texto inspirado em postagens dos jornalistas Paulo Cobos e Vitor Sérgio Rodrigues.
Muitos torcedores certamente estavam ansiosos quando souberam que os clubes teriam a possibilidade de se tornarem sociedades anônimas de futebol (SAFs) e as instituições agora poderiam ser adquiridas por algum magnata disposto a investir nos times. Os fãs sem dúvida se lembraram dos casos de Chelsea e Paris Saint-Germain que receberam verdadeiros banhos de loja após mudanças na gestão.
Tal sentimento certamente tomou conta de cruzeirenses e botafoguenses quando Ronaldo e John Textor se tornaram acionistas majoritários de Cruzeiro e Botafogo, respectivamente. Hoje, pouco mais de um ano após as aquisições, ambos os clubes vêm apresentando problemas dentro e fora de campo, o que desencadeou uma série de protestos por parte de seus torcedores.
Ronaldo e Textor tiveram suas parcelas de responsabilidade pela situação de seus respectivos clubes mas os dois investidores também tiveram de lidar com a "herança maldita" deixada por gestões anteriores. Ambas as instituições se encontravam em estado falimentar -e o Cruzeiro ainda enfrentava o agravante de ter problemas com a Justiça- quando foram "resgatadas" pelos dois empresários/dirigentes dispostos a recuperá-las.
O desempenho de Cruzeiro e Botafogo até o momento foi um verdadeiro balde de água fria para os torcedores, que depositavam no modelo de SAF a esperança de ver seus times ostentando elencos estrelados e voltarem a brigar por títulos novamente. Por outro lado, os clubes que ainda são geridos da maneira tradicional ganham algum respiro visto que, por enquanto, dois dos clubes-empresas ainda não decolaram.
O empresário John Textor adquiriu o Botafogo no começo de 2022 (imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo). |
Ficou mais do que evidente que o modelo de SAF não é infalível, ao passo que os clubes geridos da maneira tradicional ainda podem competir com adversários bancados por magnatas. O Flamengo e o Palmeiras (sim, afinal o Verdão ainda não é uma empresa apesar de contar com os recursos da Crefisa) são dois bons exemplos disto.
Cruzeiro e Botafogo, mais do que isso, são dois clubes em recuperação e que voltaram da Série B há pouco tempo. Os dois times ainda têm uma casa a arrumar e levará algum tempo para que adquiram estabilidade para lutar por objetivos maiores novamente. É como um paciente que ficou internado durante muitos anos na UTI tentando retomar a sua vida fora do hospital.
O investimento dos empresários evitou que a Raposa e o Glorioso fechassem as portas mas ainda há muito a se fazer antes de se pensar em grandes contratações ou na luta pelos troféus. O modelo de SAF não é apenas de ostentação e empresas têm responsabilidades para arcar uma vez que passam a ser entidades com fins lucrativos a partir do momento em que foram adquiridas.
Imagem extraída de www.facebook.com/cruzeirooficial |
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