terça-feira, 4 de abril de 2023

Obrigado, Maestro

Imagem extraída de www.facebook.com/mesutoezil



Chegou ao fim a carreira de um dos jogadores que mais admiro, o meia Mesut Özil. O alemão, aos 34 aos, anunciou sua aposentadoria dos gramados no dia 22 de março. O armador, que estava defendendo o İstanbul Başakşehir da Turquia, já não vinha atuando muito durante os últimos meses devido a alguns problemas físicos e também aos terremotos que assolaram o país. A sua saída do futebol, portanto, era uma bola cantada.

Até hoje lembro quando vi Özil em campo pela primeira vez. Foi durante a Copa do Mundo 2010 quando ele e vários "jovens desconhecidos" como Khedira, Kroos, Müller e Neuer fizeram bonito na África do Sul e levaram a Alemanha a um ótimo 3º lugar -perderam as semifinais para a Espanha e venceram o Uruguai na disputa pelo bronze. Eu, porém, só passei a acompanhá-lo nas redes sociais após 2013, quando ele se transferiu para o Arsenal. Também devo mencionar que foi graças ao jogador que pude conhecer melhor o islamismo e as virtudes da religião.

Já dediquei tantos textos ao agora ex-meia que achei desnecessário relembrar toda a sua trajetória desde o seu surgimento no Schalke 04 da Alemanha até a sua melancólica aposentadoria no İstanbul Başakşehir. Sua carreira foi de muitos altos e baixos como relembrou o blog Trivela. Özil, aliás, vinha sendo muito mais lembrado pelas controvérsias do que pelos lances bonitos durante seus últimos anos no esporte.

Özil era um camisa 10 clássico, cuja função principal era abastecer os atacantes. O alemão começou a brilhar no final da década de 2000, justamente quando as principais referências no futebol eram a Espanha de Aragonés e Del Bosque e o Barcelona de Guardiola, ambas equipes com a filosofia de que "a bola é quem deve correr, não o jogador". O meia, portanto, tinha o ambiente perfeito para brilhar e sempre era comparado a outros "maestros" como Xavi e Iniesta.



Imagem extraída de www.facebook.com/mesutoezil



O futebol, porém, mudou bastante ao longo da década de 2010 com o jogo mais físico se sobrepondo ao estilo mais técnico. Com isso, meias como Xavi, Ganso e o próprio Özil foram perdendo espaço para atletas com maior mobilidade e versatilidade em campo como De Bruyne e Bellingham. Alguns dos melhores times da atualidade, aliás, nem utilizam armadores, como a Argentina de Lionel Scaloni ou a França de Didier Deschamps.

Foi uma pena, por outro lado, que, com as mudanças no futebol, nós deixamos de admirar as exibições de Özil, um meia que "jogava de terno" pelos seus passes refinados e pela sua elegância em campo. Era um deleite para mim ver as belas assistências do alemão. O esporte, porém, é um meio extremamente competitivo e quem não se adapta às suas transformações, acaba ficando para trás.

Özil se aposenta dos gramados deixando um legado de muitos altos e baixos. Ele sem dúvida merecia mais reconhecimento pela sua importância nos times que defendeu e também pelos títulos conquistados, mas as suas controvérsias acabaram eclipsando seus méritos nesta reta final de sua carreira.

Özil, se não teve o reconhecimento pelos seus feitos ao longo da carreira, deixa muitas lembranças felizes para este autor que é admirador do meia alemão. O futebol mudou mas sempre me lembrarei daquele fantástico camisa 10 que "jogava de terno" e que fez meus olhos brilharem na Copa de 2010.

Obrigado, Maestro! Desfrute de seu merecido descanso que você merece!



Imagem extraída de www.facebook.com/mesutoezil




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