terça-feira, 2 de maio de 2023

Não Aprendi Dizer Adeus

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



O Lyon teve uma geração espetacular durante a década de 2000 que faturou sete títulos consecutivos na Ligue 1, composta por atletas como Juninho Pernambucano, Cris, Abidal, Fred e o então garoto Benzema. Mas os Gones parecem ter se acomodado, não perceberam que o grupo estava envelhecendo e sequer se planejaram para renovar o grupo, o que explica em parte o jejum de troféus após 2012. O mesmo aconteceu com o Barcelona que não conquista uma Champions desde 2015 ignorando o fato de que Messi, Iniesta, Busquets e os demais estavam perdendo a força física e suas jogadas já estavam se tornando "manjadas" pelos rivais.

A atual geração do Flamengo foi formada em 2019 após anos de políticas austeras, visando colocar as contas em ordem. O Rubro-Negro, com isso, obteve recursos de sobra para montar um elenco estrelado e contratar treinadores europeus. O resultado foi um futebol vistoso e as merecidas conquistas daquele ano.

As conquistas fizeram com que o torcedor desenvolvesse um justificável apego aos jogadores daquele grupo. Como esquecer os dois gols de Gabigol contra o River Plate nos acréscimos daquela dramática final em 2019 quando tudo parecia perdido para os cariocas? Ou como ignorar os feitos de Filipe Luís, gênio dentro e fora dos gramados?

O tempo, porém, passa e é ainda mais cruel no esporte, onde a forma física dos praticantes deve ser impecável. O elenco flamenguista, que estava no auge em 2019, envelheceu e já não entrega mais a mesma intensidade de quatro anos atrás. Isso sem mencionar que os atletas estão mais susceptíveis às lesões devido à idade. 



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Os trabalhos ruins dos últimos treinadores, como escreveu o jornalista André Rocha, serviam como "escudo" para o elenco visto que a responsabilidade pelas derrotas e eliminações sempre recaía sobre os técnicos. O Flamengo, porém, já está com seu terceiro comandante em 2023 e o time evolui pouco em campo, o que demonstra que os jogadores também têm culpa pelos maus resultados. Isso sem mencionar os dirigentes que tomaram uma série de decisões questionáveis de 2020 até hoje.

Pode-se utilizar as conquistas de 2022 como argumento em favor do grupo atual, afinal o Flamengo faturou os títulos com méritos e um pouco de sorte -a Libertadores daquele ano poderia ter um outro desfecho se não fosse a expulsão de Pedro Henrique na final- mas seria mais honesto tratar aqueles títulos como um sprint final do que uma recuperação desta geração.

O Flamengo, portanto, precisa admitir que o elenco atual envelheceu e que muitas das jogadas já estão "manjadas" pelos adversários, exatamente como aconteceu com o Lyon dos anos 2000 e o Barcelona de Guardiola. É o momento de reformular o grupo, dispensar atletas que não estão mais rendendo e contratar para as posições mais carentes visto que há dinheiro em caixa. E tudo isso sem esquecer das categorias de base que estão revelando muitos jovens promissores.

Pode parecer ingratidão dispensar atletas que deram tantas alegrias ao clube no passado mas o esporte é um meio competitivo e quem não se reinventa, acaba superado pela concorrência. Em situações semelhantes, Real Madrid e Barcelona não tiveram piedade em apresentar Cristiano Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, respectivamente, à porta de saída a despeito de tudo o que conquistaram no passado.



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