segunda-feira, 15 de maio de 2023

Predadores e Presas

Imagem extraída de twitter.com/Feyenoord



O 16º título do Feyenoord na Eredivisie é paradoxalmente uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. "Benção" porque a equipe de Roterdã conquista o troféu que não ergue desde 2017, acabando com o "dipólio" do Ajax e do PSV no Campeonato Holandês. "Maldição" porque seus dirigentes sabem que o elenco está valorizado e o clube dificilmente terá como segurar seus melhores jogadores diante do assédio de rivais mais endinheirados.

A conquista do título pelo Feyenoord, em parte, se deveu justamente pelo enfraquecimento dos dois rivais diretos: o PSV perdeu Cody Gakpo para o Liverpool enquanto o Ajax sofreu um verdadeiro desmanche com as saídas de Lizandro Martínez, Antony, Mazraoui, Gravenberch, Blind e do treinador Erik ten Hag. Não será surpresa que o time de Roterdã tenha o mesmo destino.

O capitalismo mudou profundamente o futebol, com os clubes mais ricos se tornando verdadeiros "predadores" que devoram os adversários mais fracos dentro e também fora de campo. As instituições mais endinheiradas não apenas possuem elencos mais robustos para superar os rivais dentro das quatro linhas como também conseguem enfraquecer as equipes menos abastadas adquirindo os seus melhores jogadores.



Imagem extraída de twitter.com/Feyenoord



As "presas", por sua vez, pouco podem fazer visto que não podem competir financeiramente com os rivais mais abastados. Resta a estes clubes reinvestir os lucros obtidos em novos jogadores, seja "predando" instituições ainda menos favorecidas financeiramente (como aqui na América do Sul, tirando proveito das diferenças cambiais) ou formando jovens nas categorias de base, algo que os holandeses são especialistas.

Ficam, obviamente, lamentos em relação às "presas" que não conseguem manter seus times para as próximas temporadas e, com isso, lutar por objetivos maiores, mas o capitalismo é amoral e não há certo ou errado em tal meio. Os "predadores" simplesmente desejam o "topo da cadeia alimentar" e precisam se fortalecer para isto. Então, conseguem "predar" clubes de menor poder aquisitivo por serem mais aptos financeiramente.

O futebol é um meio competitivo onde "chora menos quem pode mais". O Feyenoord, por enquanto, não tem como competir financeiramente com os rivais mais endinheirados e seus melhores jogadores certamente irão para outros países como Espanha ou Inglaterra na próxima temporada. Quem sabe o clube de Roterdã possa virar o jogo algum dia se for adquirido por algum magnata ou se a Eredivisie receber investimentos suficientes para brigar com a Premier League ou La Liga...



Imagem extraída de twitter.com/Feyenoord




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