sábado, 6 de maio de 2023

Rompendo Barreiras

Imagem extraída de www.facebook.com/SSCNapoli



O Napoli, enfim, pôde comemorar o tricampeonato italiano na última quinta-feira. O Clube do sul da Itália precisou esperar 33 anos e, coincidentemente, 33 longas rodadas até que o título fosse confirmado após um empate contra a Udinese na Dacia Arena. Os Partenopei praticamente não foram ameaçados na tabela ao assumirem a liderança e era apenas questão de tempo para que Luciano Spalletti e seus comandados pudessem soltar o grito de "é campeão".

A maneira como a campanha se desenrolou até o tricampeonato fez com que as coisas parecessem fáceis mas o Napoli sofreu duros golpes logo no início da temporada com a perda dos capitães Lorenzo Insigne, Kalidou Koulibaly e Dries Mertens. Os dirigentes repuseram o elenco com jovens que eram pouco conhecidos como Kim Min-jae e Khvicha Kvaratskhelia. As apostas, porém, se mostraram certeiras e o torcedor partenopeo rapidamente esqueceu os antigos ídolos.

A equipe de Luciano Spalletti ofereceu uma proposta ousada de jogo, com linhas altas, ofensividade e intensidade. Seu estilo remou contra a tradição da Itália, país muito mais lembrado pelos seus times defensivistas. Já havia há alguns anos treinadores na Velha Bota que tentavam se impor com equipes voltadas para o ataque, como Maurizio Sarri (no próprio Napoli) e Gian Piero Gasperini (pela Atalanta). Ambos, porém, não tiveram êxito em superar as potências do Calcio na Serie A.

O Napoli também acabou com a hegemonia do trio Inter-Juventus-Milan, que oligopolizava a Serie A desde 2001 quando a Roma se sagrou campeã. Ainda que os três clubes tenham se mostrado enfraquecidos durante os últimos anos, isto em nada diminui o feito dos Partenopei.



Osimhen anotou o gol do título (imagem
extraída de www.facebook.com/SSCNapoli).



O Napoli, não obstante, ainda fez uma campanha histórica na Champions League, alcançando a inédita fase das quartas-de-final. Pode parecer pouco mas nem mesmo a fantástica geração de Maradona e Careca conseguiu tal feito. Os Partenopei até tinham time e futebol para irem mais longe na competição mas encontraram um Milan com uma camisa mais pesada e mais acostumado aos grandes jogos.

O histórico título servirá para recolocar o Napoli entre os grandes times da Europa. O troféu também permitirá a vinda de recursos para que o time possa contratar reforços e, principalmente, evitar um desmanche no elenco visto que os seus jogadores estão valorizados, em especial os atacantes Osimhen e Kvaratskhelia. Os rivais de maior poder aquisitivo certamente não medirão esforços nem despesas para tirar os destaques da equipe do Sul da Itália.

Spalletti e seus comandados têm todo o direito de celebrarem o feito histórico, mas também necessitam de aprender com alguns erros cometidos ao longo da temporada. Faltou maturidade à equipe em alguns jogos decisivos, algo absolutamente normal visto que o elenco é predominantemente jovem e, portanto, inexperiente. Outro problema a ser solucionado é o excesso de infrações -o Napoli costuma controlar as partidas com faltas, algo que o Milan tirou proveito na eliminação da Champions ao cavar a expulsão de Zambo Anguissa.

O momento do Napoli é tão empolgante que o presidente Aurelio De Laurentiis já fala em lutar pela Champions League nas próximas temporadas. Difícil? Certamente, sobretudo para uma equipe que não possui tradição na competição. Os Partenopei, contudo, romperam tantas barreiras e paradigmas em 2022-23 que não parece impossível alçar voos mais altos...



O eterno ídolo Maradona, obviamente, não foi esquecido em um momento
tão especial (imagem extraída de www.facebook.com/SSCNapoli).




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