sexta-feira, 5 de maio de 2023

Não Confio

Imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC



Que me perdoem os fãs do Fluminense e do técnico Fernando Diniz, mas não acredito que o Tricolor conquistará outros títulos além do Carioca em 2023. Gosto do treinador e também aprecio o futebol vistoso da equipe de Xerém, mas o retrospecto do comandante mineiro, infelizmente, joga contra a equipe das Laranjeiras.

Diniz, após anos de trabalhos fracassados em times grandes, finalmente parece ter encontrado no Fluminense a sinergia perfeita entre o elenco e seu estilo "utópico" de jogo, algo que foi coroado com a conquista do Campeonato Carioca neste ano. O mineiro sempre foi um idealista no banco de reservas desde seus tempos de Osasco Audax, quando remava contra a maré resultadista e insistia no futebol ofensivo inspirado no Barcelona de Guardiola.

O treinador, porém, ainda é jovem e comete muitos erros no banco de reservas. O temperamento explosivo de Diniz já lhe rendeu expulsões (ele não pôde comandar o Flu no título do Campeonato Carioca por estar suspenso) e também demissões após ter se desentendido com seus próprios jogadores, sendo a briga com Tchê Tchê no São Paulo em 2021 a mais marcante. A equipe das Laranjeiras, cabe mencionar, possui pelo menos dois atletas que já foram pivôs em desligamento de técnicos, Ganso e Felipe Melo.

Diniz, não obstante, é um verdadeiro "imã que atrai gente sedenta para dizer que ele é uma farsa", como escreveu Paulo Cobos. Muitos dos comunicadores que hoje bajulam o mineiro durante o bom momento no Fluminense, são os mesmos que o criticaram pesadamente e apoiaram sua demissão em outras oportunidades. Quando a boa fase do Flu passar, não será surpresa que a equipe entre em crise e o treinador acabe desligado por pressão da mídia e torcedores, assim como foi em outros clubes.



A boa fase do Fluminense reviveu a idolatria por Diniz
(imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC).



Será difícil, por fim, concorrer com os rivais milionários como o Palmeiras e o Flamengo a longo prazo. O Fluminense anunciou superávit de R$ 7 milhões mas as dívidas seguem muito elevadas (R$ 677,5 milhões, segundo um estudo). Isso significa que o Tricolor terá mais dificuldades em contratar novos reforços para a sequência da temporada em relação aos concorrentes e alguns destaques do elenco devem ser negociados para a amortização dos débitos. Diniz, com isso, pode ver o seu time enfraquecer e, consequentemente, ter o seu trabalho prejudicado.

O futebol, porém, envolve o fator humano e existe a possibilidade de Diniz e seu Fluminense surpreenderem na temporada. Há outros elementos além do retrospecto e das finanças que norteiam o sucesso no esporte. O próprio Flu demonstrou isto nesta semana ao golear o poderoso River Plate (beneficiado pela expulsão de González Pírez, cabe mencionar) apesar de todas as discrepâncias entre os dois clubes.

Diniz, portanto, precisa ter em mente os erros que cometera em outros clubes para que não se repitam no Fluminense. O Tricolor vive um ótimo momento e há elenco até para brigar pelos troféus com os rivais de maior poder aquisitivo. Porém, o treinador sabe que a idolatria se transformará em ódio em seu primeiro tropeço, exatamente como foi em seus trabalhos anteriores.



Diniz conseguiu seu primeiro título por um grande clube em
2023. Será que ele tem fôlego para brigar por mais troféus
(imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC)?




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