terça-feira, 8 de agosto de 2023

Grazie, Gigi!

Imagem extraída de www.facebook.com/GianluigiBuffon



Chegou ao fim a carreira de Gianluigi Gigi Buffon sob as balizas. O arqueiro anunciou a sua aposentadoria no dia 2 de agosto aos 45 anos e com mais de 800 partidas disputadas ao longo de sua vitoriosa carreira. O goleiro despede-se apenas dos gramados, afinal ele já foi anunciado como auxiliar de Roberto Mancini na Seleção Italiana e continuará trabalhando com futebol.

Buffon, graças aos seus impressionantes 1,92 m de altura, rapidamente se firmou como goleiro nas equipes que defendeu, sendo um arqueiro bastante seguro e também um especialista nas bolas aéreas. Conquistou títulos pelo Parma (clube que o revelou e também onde pendurou as luvas), Juventus e Paris Saint-Germain; além de ter levado a Itália ao tetracampeonato mundial. Mas não foram exatamente os troféus que fizeram de Gigi meu ídolo.

Gigi foi um grande exemplo de lealdade e respeito aos clubes que defendeu. Buffon sempre esteve ao lado de seus times nos bons e, principalmente, nos maus momentos. O goleiro foi rebaixado com a Juventus em 2006 devido ao escândalo do Calciopoli mas permaneceu na Vecchia Signora e disputou a Serie B para ajudar a reerguer a instituição. Recentemente, ele retornou ao Parma (que ainda se recupera de sua terceira falência sofrida) para reconstruir a equipe que o revelou ao futebol.

Buffon, cabe mencionar, estava bastante valorizado em 2006 devido à conquista do tetra com a Azzurra e tinha boas propostas em sua mesa para vestir outras camisas, mas optou por permanecer em Turim. Sua história foi bastante parecida com a do goleiro Marcos, que fora pentacampeão mundial pelo Brasil em 2002 mas acabara rebaixado com o Palmeiras no mesmo ano. O Santo ficara no Parque Antártica (atual Allianz Parque) para jogar a Segunda Divisão e reerguer o Verdão em seu momento mais trágico.



Imagem extraída de www.facebook.com/GianluigiBuffon



Jogadores com o perfil de Buffon têm sido cada vez mais raros nos dias de hoje visto que a transferência de atletas é um negócio extremamente lucrativo e a imensa maioria dos futebolistas tem pressa para conquistar títulos ou para obter sua "independência financeira", não hesitando em mudar de clube para tal fim. Não obstante, as próprias instituições, em nome da competitividade, parecem valorizar cada vez menos seus "legados" em campo, tanto que até mesmo esportistas longevos como Busquets e Benzema foram cantar em outras freguesias.

Sentirei falta de Buffon nos gramados, seja pela segurança que transmitia sob as balizas, seja pela sua lealdade aos clubes que representou. Com o futebol cada vez mais norteado pelo dinheiro e pela competitividade, Gigi demonstrou que outros valores além dos lucros e dos troféus ainda têm espaço no esporte.

Sempre haverá muitos goleiros talentosos mas nenhum com o caráter de Gigi. A aposentadoria do goleiro foi uma perda inestimável no esporte mas, felizmente, ele ainda estará atuando no futebol para passar sua experiência às gerações futuras e, quem sabe, transmitir os valores que fizeram dele um goleiro diferenciado.

Grazie, Gigi! 



Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio



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