quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Seis por Meia Dúzia de Novo

Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



Perfil intransigente e estilo defensivista. A descrição caberia a Paulo Turra, técnico que o Santos demitiu durante esta semana, mas estamos falando de Diego Aguirre, que foi anunciado pelo Peixe para a vaga do gaúcho. O uruguaio havia acabado de ser dispensado pelo Olimpia do Paraguai quando foi imediatamente contratado pelo clube praiano.

Aguirre possui vasto conhecimento do futebol brasileiro com passagens por Atlético Mineiro, São Paulo e Internacional, tendo atuado também como jogador nos dois últimos. O uruguaio viveu bons momentos por aqui levando o Colorado à semifinal da Libertadores em 2015 (jogando um futebol vistoso, cabe mencionar) e o Tricolor à liderança do Brasileirão 2018 durante um breve período. Seus últimos trabalhos em terras tupiniquins, contudo, foram marcados por desentendimentos com os próprios atletas e demissões sumárias após quedas abruptas de rendimento.

É evidente que o Santos novamente agiu por impulso e foi atrás do primeiro treinador livre no mercado, exatamente como havia sido com Turra após a demissão de Odair Hellmann. Os dirigentes tinham muita pressa para anunciar um novo técnico afinal os últimos resultados foram pífios (apenas uma vitória nos últimos sete jogos), o clima no elenco estava péssimo (pelo menos três jogadores foram afastados), o clube está vendendo suas joias desesperadamente para levantar dinheiro e o Peixe foi parar na zona de rebaixamento durante a última rodada com a combinação dos placares. Tudo isso aumentou ainda mais a pressão por parte de torcedores e conselheiros.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



Aguirre é um treinador enérgico e que seria muito indicado para um elenco acomodado, o que não parece ser o caso do Santos. Pesa contra o uruguaio a maneira como terminou seus últimos trabalhos no Brasil e, com um clima péssimo no elenco, seu estilo intransigente pode agravar a crise no Peixe ao invés de atenuá-la.

O ideal seria que o Peixe apostasse em um treinador mais agregador (Joel Santana ou Abel Braga) para tentar unir o elenco e conquistar alguns resultados a curto prazo. Ou em um técnico como Emerson Leão que, apesar do perfil intransigente, possui identificação com o Santos e sabe utilizar bem as categorias de base, algo que o time necessita com urgência devido ao elenco curto e à falta de recursos financeiros.

O futebol, por outro lado, envolve o fator humano e há a possibilidade de Aguirre salvar o Peixe a despeito de seu estilo não ser o adequado para o momento. Luxemburgo, que também possui um perfil rígido (afastou jogadores e, de maneira discreta, cobrou o elenco publicamente), fez o Corinthians reagir a médio prazo e o Timão hoje navega por águas mais tranquilas. Talvez também dê certo com o uruguaio à frente do Santos.

Faltou, portanto, critério por parte do Santos na escolha do técnico assim como havia sido na troca de Diniz por Carille. A pressão (de conselheiros e de organizadas) e a urgência do momento, porém, fez com que os dirigentes santistas elegessem o treinador muito mais por pressa do que por raciocínio. Resta agora torcer para que Aguirre faça o time reagir a despeito de seu estilo ser semelhante ao do antecessor Paulo Turra.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc




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