quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Jogo de Nervos

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Assisti ao jogo da UEFA Super Cup ontem à tarde mas eu estava muito cansado e optei por escrever a análise tática posteriormente. Eu, aliás, pensei em nem redigir uma crônica visto que uma supercopa é apenas um jogo festivo para celebrar o início de uma nova temporada (como disse o jornalista Carlos Eduardo Mansur) e, portanto, não poderíamos avaliar os times com o mesmo rigor de uma Champions. A partida, porém, pode nos oferecer algumas "pistas" do que os técnicos farão durante a temporada 2023-24.

O City foi a campo em 4-1-4-1/3-6-1 com Akaji realizando a função do lesionado Stones, ora atuando como zagueiro, ora atuando como volante. Além do seu camisa 5, Guardiola não pode contar com Gündoğan (que se transferiu ao Barcelona), Rúben, De Bruyne e Bernardo (lesionados). Kovačić, Gvardiol, Foden e o garoto Palmer foram escalados em seus respectivos lugares.

O Sevilla foi de 4-2-3-1 sem Alex Telles (devolvido ao Manchester United) e com Acuña em seu lugar. Em relação à equipe que disputou a final da Europa League, saíram Fernando e Bryan Gil. Jordán e Lamela substituíram os titulares daquela partida.

O City, como sempre, tentou propor o jogo mas foi travado pela marcação do Sevilla. Os andaluzes utilizaram linhas altas quando os Citizens tentavam jogar com a defesa e se fechavam em duas linhas de quatro quando os ingleses conseguiam escapar.

Os ingleses tentaram, sem sucesso, bolas altas e cruzamentos em direção a Haaland mas a defesa ou o goleiro Bono conseguiram frear os avanços dos Citizens, que pareciam sentir a falta de seus dois articuladores (De Bruyne e Gündoğan). As melhores chances do City vieram pela esquerda com Grealish forçando as jogadas sobre o veterano Navas.

O Sevilla aproveitou as subidas do rival e, em um contra-golpe veloz pela esquerda articulado por Acuña, achou En-Nesyri na área inglesa. O marroquino subiu mais alto que Aké e Gvardiol para fuzilar Ederson com um cabeceio.



City, em 3-6-1, tenta se infiltrar na defesa andaluz com Grealish
pela esquerda ou com bolas altas para Haaland, mas sem êxito.
Sevilla, em 4-2-3-1, responde pelas pontas com os laterais ou
ponteiros acionando En-Nesyri (imagem obtida via this11.com).



City volta nervoso para o segundo tempo errando muitos passes e cedendo contra-ataques perigosos ao Sevilla. Ederson, porém, faz grandes defesas e consegue deter En-Nesyri. A grande atuação do brasileiro foi devolvendo a confiança aos Citizens e abalando a dos andaluzes, que passaram a cometer muitas faltas. Em uma delas, perto da área de Bono, Rodri acha Palmer na direita e o garoto consegue empatar em um belo cabeceio.

A partida segue equilibrada e nenhum dos times consegue o desempate. Nos pênaltis, Gudelj, bastante nervoso, erra a última cobrança da série normal e o City vence o seu primeiro título na UEFA Super Cup.

O jogo não pode ser utilizado para consagrar ou crucificar os jogadores, afinal trata-se de uma partida festiva apesar de haver um troféu em disputa. O City, porém, mostrou muitas dificuldades sem seus dois maestros enquanto o Sevilla, ajudado pelos desfalques adversários, conseguiu equilibrar o confronto apesar das discrepâncias técnicas e financeiras. E, mais uma vez, o embate mostrou o quanto a psicologia faz a diferença em campo, algo que nossos clubes ainda insistem em ignorar.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




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