sábado, 26 de agosto de 2023

O que o Brasil Pode Aprender com a Copa 2023?

Imagem extraída de www.facebook.com/fifawomensworldcup



Encerrou-se há uma semana a Copa do Mundo Feminina 2023. A competição deixou um enorme legado afinal tivemos campeãs inéditas (algo que já se sabia desde as quartas-de-final com a queda do Japão), a consagração da Espanha (que, tristemente, acabou manchada com a atitude infeliz do presidente da RFEF, Luis Rubiales) e o recorde de audiência/engajamento ao redor do mundo.

Mas e o Brasil?

Nós brasileiros sequer valorizamos um vice-campeonato, quanto mais um time que caiu já na fase de grupos. Até hoje lembro quando a Seleção Masculina ficou em 2º lugar na Copa 1998 e os jogadores foram chamados de "amarelões" apesar da boa campanha. As nossas meninas certamente estão sendo ainda mais criticadas pelos torcedores a despeito de não serem favoritas no Mundial.

A CBF fez um grande esforço junto das emissoras e dos patrocinadores para divulgar a competição. Isto fez com que a Copa tivesse um recorde de audiência também no Brasil mas, ao mesmo tempo, criou uma expectativa muito grande o que aumentou o sentimento de decepção quando a Seleção Feminina caiu já na fase de grupos.

O Brasil, verdade seja dita, fez uma Copa ruim. O time foi eliminado em um grupo era considerado "acessível" (composto por França, Jamaica e Panamá) e nossas meninas não jogaram um bom futebol nas partidas disputadas, exceto contra as frágeis panamenhas.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifawomensworldcup



E o que o Brasil pode levar deste Mundial após um desempenho tão fraco?

Temos de lembrar que o Brasil possui ampla tradição no futebol masculino mas ainda vem engatinhando na categoria feminina -ou, melhor escrevendo, está na "adolescência". A profissionalização efetiva da modalidade começou há cerca de dez anos por imposição da CONMEBOL que ameaçou excluir de suas competições os clubes que não investissem também nas mulheres.

As equipes consideradas favoritas, por outro lado, já estavam investindo há muito tempo na formação de jogadoras e também na profissionalização de suas equipes. Nunca faltou talento ao Brasil, tanto que nossas meninas tiveram bons desempenhos em Mundiais e Olimpíadas anteriores mas estava evidente que as brasileiras tinham (e ainda têm) um longo caminho a percorrer para lutar contra as potências da modalidade. A própria Espanha serve como exemplo visto que a Roja não possuía tradição em Copas (foi apenas a sua 3ª participação) mas correu atrás e hoje colhe os frutos.

O torcedor brasileiro também precisa mudar sua postura em relação ao futebol feminino visto que ainda há muito preconceito e machismo em relação à modalidade, algo que pode ser facilmente notado pelas redes sociais. Ademais, o torcedor também deve reconhecer o esforço das esportistas mesmo nas derrotas, até porque o Brasil não foi eliminado por desvio de conduta ou por fazer corpo mole em campo. Um bom exemplo foi a Austrália, que terminou a Copa de mãos vazias (ficou em 4º lugar) a despeito de jogar em casa mas os fãs exaltaram as Matildas como verdadeiras heroínas.

Ainda levará algum tempo para que o Brasil possa evoluir no futebol feminino e deixar de ser um coadjuvante nas principais competições. As gerações anteriores de nossas meninas já provaram que há talento e potencial para isto. O momento é de aprender com os erros e continuar investindo na modalidade por dolorosa que tenha sido a eliminação. As espanholas, com menos tradição na categoria, conseguiram o troféu e servem de exemplo (apenas não se espelhem em Luis Rubiales que conseguiu estragar um momento histórico de seu país).



Imagem extraída de www.facebook.com/fifawomensworldcup




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