domingo, 6 de agosto de 2023

Síntese com Febre




Acho que terei de mudar a tag dos textos dominicais para "Química Orgânica Experimental", afinal tenho recorrido à disciplina todas as vezes que eu estou sem ideias para escrever as crônicas do final de semana! Com o fim da pandemia, já estou em condições de sair novamente e espero obter mais histórias para contar aqui no blog.

Minha primeira aula de química orgânica experimental foi totalmente inesquecível sob vários pontos de vista. Começou com a surra que levei na provinha que era aplicada no começo (confesso que até hoje não acredito como fiquei com a terceira melhor nota da sala meses depois), depois com a dificuldade que era conduzir um experimento tão extenso e ainda havia o medo de quebrar as vidrarias -quem danificasse algum aparelho teria de reembolsar o laboratório. Não obstante, peguei uma gripe no decorrer do dia.

Havia um grande intervalo enquanto a amostra "incubava" (período onde deixávamos os reagentes "descansando" até que a reação se completasse) e alguns amigos me chamaram para ir até o CEPEUSP até dar o tempo da tal "incubação" terminar. E lá fomos fazer um pouco de hora.






Conhecemos uma veterana que ficou conhecida por um apelido bastante engraçado e fomos assistir a alguns treinos que estavam acontecendo no clube. Foi quando comecei a passar mal e meus amigos perguntaram se eu queria ir para o Hospital Universitário mas eu recusei -acho que eu estava com medo de ficar mal com os professores logo no primeiro dia de aula.

Eu resisti o quanto pude e voltei para o laboratório para completar o experimento. Consegui entregar o produto da síntese que, segundo a análise posterior, foi bem-sucedida. Acho que a adrenalina do momento permitiu que eu me "segurasse" durante aquela situação, afinal foi só eu voltar pra casa e passei mal novamente.

Hoje eu não faria isso novamente afinal experimentos requerem muita atenção e um cientista doente oferece grandes riscos, tanto para si próprio quanto para os colegas. Ficou o aprendizado de que trabalhar gripado não é uma demonstração de esforço, e sim uma grande tolice.







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