segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Grazie Mancini

Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio



O treinador Roberto Mancini surpreendeu a todos e pediu demissão da Seleção Italiana. O ex-atacante não apresentou nenhuma justificativa para o seu súbito desligamento, anunciado durante o dia de ontem. A FIGC apenas emitiu um comunicado noticiando a saída do comandante e prometeu encontrar um substituto "o mais breve possível" -os desempregados Antonio Conte e Luciano Spalletti seriam os mais cotados.

Mancini assumiu a Azzurra em meio a uma crise quando a Itália não conseguiu se classificar para a Copa 2018. O ex-atacante não apenas renovou o envelhecido elenco como também mudou a maneira do time atuar, com mais intensidade e ofensividade. O treinador conseguiu, com isso, conquistar a Eurocopa 2020 (realizada em 2021 devido à pandemia) e um terceiro lugar na Nations League deste ano. O técnico, contudo, não conseguiu levar sua seleção ao Mundial do Catar após cair para a Macedônia do Norte durante a repescagem.

Lamentei profundamente que Mancini tenha interrompido seu trabalho pela Azzurra, sobretudo quando o técnico vinha garimpando novas promessas para renovar a equipe novamente e também pelo fato do time demonstrar potencial para novos títulos. Os jogos contra a Espanha e contra a Holanda válidos pela Nations League deixavam evidente que a Itália poderia retomar o prumo durante o atual quadriênio.



Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio



Mancini, além do excelente trabalho realizado, nos apresentou uma Itália que dava gosto de acompanhar. Não sou mais um defensor ferrenho do futebol-arte mas me deleitei com o jogo praticado pela Azzurra durante o último ciclo. Tabelas, infiltrações, posse de bola, atletas versáteis, ... Foi um espetáculo assistir à equipe do ex-atacante.

O treinador também foi ousado ao abrir mão de medalhões como Pirlo, Barzagli e Buffon (Bonucci e Chiellini foram preservados para liderar o time) e apostar em jovens até então pouco conhecidos como Locatelli, Barella, Raspadori e Pessina -muitos deles projetados no Sassuolo. Em sua recente tentativa de encontrar sangue novo para a Azzurra, Mancini passou a garimpar atletas descendentes de italianos em outros continentes (os chamados oriundi) e encontrou o atacante Matteo Retegui na Argentina.

Perde a Itália que não terá mais o comandante que tirou a Azzurra da fila mas o país vem formando treinadores que partilham da mesma filosofia como Maurizio Sarri e Gian Piero Gasperini. Há, portanto, esperança para que o ótimo trabalho do ex-atacante tenha continuidade neste quadriênio.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




Nenhum comentário:

Postar um comentário