quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Como Daniel Alves Deixou de Ser Meu Ídolo

Imagem modificada de www.facebook.com/DaniAlvesD2



Não há jogador que mais me decepcionou do que o lateral-direito Daniel Alves. E isto muito antes do atleta ser preso na Catalunha acusado de estupro. Eu era um admirador do baiano não apenas pelo seu talento mas também por suas atitudes fora de campo.

Daniel teve origem humilde como a grande maioria dos jogadores brasileiros. Jornalistas contam que o baiano "trabalhava na roça" para ajudar no sustento familiar quando o futebol lhe abriu as portas. Revelado e profissionalizado pelo Bahia, o lateral rapidamente chamou a atenção do Sevilla e foi para a Espanha ainda jovem. Após um grande sucesso na Andaluzia com dois títulos na UEFA Cup (atual Europa League), chegaria ao poderoso Barcelona em 2008.

O baiano não tardou a ganhar a admiração do autor não apenas pela sua performance em campo mas também pela sua personalidade forte. Daniel nunca se omitia nas entrevistas criticando abertamente as injustiças de dirigentes e também o atraso do futebol brasileiro.

O lateral se tornou meu ídolo durante o "Caso Abidal": quando o francês fora diagnosticado com câncer, o Barcelona teria tratado a situação do lateral com "descaso" segundo alguns jornalistas. Revoltado, Daniel tomou partido do amigo passando a utilizar o número 22 (que pertencia a Abidal) e questionou o clube abertamente. E ainda se vingou do time ao se transferir de graça para a Juventus em 2016 a despeito de haver uma proposta de renovação em sua mesa.



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Daniel, porém, decepcionou após sua volta ao Brasil em 2019. Era óbvio que aos 36 anos ele não faria mais a diferença como em 2011 ou 2015 quando venceu a Champions League pelo Barcelona, mas não foi o desempenho em campo que desapontou o autor, e sim as suas atitudes fora dos gramados.

O baiano teve muitos privilégios no São Paulo e também na Seleção Brasileira. No Tricolor, Daniel exigiu jogar no meio-de-campo onde não rendia tão bem, ganhou a faixa de capitão, teve influência na escolha de treinadores, contou com a conivência de dirigentes para suas farras e foi liberado para disputar as Olimpíadas de 2021. No Escrete Canarinho, o jogador era frequentemente convocado mesmo em má fase e Tite o levou para o Catar em 2022 a despeito de ter decepcionado no Pumas do México.

A acusação de estupro foi a pá de cal: mesmo que o jogador eventualmente seja inocentado pelo crime (lembrando que o lateral ainda não foi julgado e nem condenado), Daniel errou ao trair a confiança de sua ex-esposa, além de não respeitar o seu momento de dor -o casal havia viajado para Barcelona porque a sua ex-sogra estava com câncer terminal.

Jogadores de futebol são humanos, cometendo erros e acertos ao longo de suas vidas. Daniel, porém, deixou de ser meu ídolo por suas atitudes fora de campo. O atleta foi de um grande exemplo para uma grande decepção.



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