sábado, 9 de setembro de 2023

O Adversário Ideal

Com dois gols e participação em outros dois, Neymar brilhou
contra a Bolívia (imagem extraída de twitter.com/CBF_Futebol).



A Bolívia foi o adversário perfeito para a estreia de Fernando Diniz na Seleção Brasileira. E a equipe andina foi ainda mais perfeita para Neymar se reerguer, afinal o atacante estava em baixa na Europa e vinha se recuperando de mais uma lesão. A noite parecia que seria um desastre para o jogador que chegou a perder um pênalti, mas o camisa 10 demoliu a Verde no segundo tempo.

Diniz manteve Neymar no meio-de-campo como Tite fizera, mas jogou no 4-3-3 variando para 3-4-3 com Casemiro fazendo a "saída de três" junto com os zagueiros e liberando os laterais. Ademais, optou por um goleiro de mais qualidade com os pés, Ederson. Gustavo Costas, por sua vez, foi de 5-4-1 variando para 3-5-2 com Arrascaita se juntando ao ataque com Marcelo Moreno.

O Brasil ataca principalmente pela esquerda com Neymar e Rodrygo. Como os bolivianos pouco ameaçaram inicialmente, o zagueiro Gabriel Magalhães subiu bastante ao ataque quase como um lateral-esquerdo. Porém, as linhas adversárias e, principalmente, o goleiro Viscarra impediram que os mandantes abrissem o placar.

A Verde, muito inferior tecnicamente em relação ao Brasil, entrou com a proposta de jogar pelo empate e praticamente renunciou ao ataque, com apenas Marcelo Moreno tentando algo na frente. Tentaram controlar o jogo na base das provocações e das faltas, o que gerou um pênalti para os mandantes logo no começo do jogo. Neymar, porém, não conseguiu enganar o goleiro Viscarra que defendeu a cobrança.

 A Bolívia ganha confiança com o pênalti defendido e tenta atacar mais pela direita aproveitando os espaços deixados por Magalhães, mas sem levar perigo real ao Brasil. Os brasileiros respondem pela direita com Raphinha. Viscarra defende mas Rodrygo pega o rebote e abre o placar para os mandantes.



Brasil, em 3-4-3, faz a "saída de três" com Casemiro e ataca
principalmente pela esquerda com Gabriel Magalhães,
Neymar e Rodrygo. Bolívia, encolhida em 5-4-1, tenta
responder com bolas longas para Moreno ou pela direita
aproveitando as subidas de Magalhães (obtido via this11.com).



A Bolívia sequer tentou buscar o empate na volta do intervalo e seguiu recuada. Melhor para o Brasil que ampliou o placar logo no início da etapa complementar. Neymar, atuando como um verdadeiro camisa 10, fez as jogadas para os gols de Rodrygo e Raphinha. O Rayo retribuiu dando o passe para o jogador do Al-Hilal ampliar para 4x0 e bater o recorde de tentos na Seleção, que pertencia a Pelé.

Ábrego, que entrou no lugar de Marcelo Moreno, conseguiu diminuir o prejuízo aproveitando aquele espaço às costas de Gabriel Magalhães. A Bolívia até se animou com o gol e adiantou um pouco suas linhas nos 15 minutos finais mas Neymar matou o jogo quase nos acréscimos.

O Brasil consegue sua vitória "protocolar" ante a limitada Bolívia que só veio para se defender. O placar até poderia ser mais elástico se não fosse o bom goleiro Viscarra e a precipitação dos atacantes brasileiros.

Ainda é cedo para atestar o real potencial do Brasil pelas limitações do rival, mas Fernando Diniz já deu a sua "cara" à Seleção com a defesa e o goleiro participando mais do jogo. A execução das jogadas ainda não foi muito diferente daquelas do antecessor Tite, tanto que o meio-de-campo e o ataque estão praticamente inalterados, mas ainda se mostraram eficazes.

Neymar, por sua vez, teve a noite que precisava para recuperar a confiança e também receber o abraço do torcedor brasileiro. O camisa 10, mesmo com o pênalti perdido, tirou proveito do frágil adversário e fez o que se espera dele com participação em quatro dos cinco gols. Resta saber se conseguirá manter o nível após os 30 anos e diante de rivais mais duros.



Imagem extraída de twitter.com/CBF_Futebol




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