segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Tapa com Luva de Pelica

Imagem extraída de twitter.com/CopaDoBrasilCBF



O Flamengo, há pouco mais de seis meses atrás, demitia Dorival Júnior que havia tirado o Rubro-Negro da crise e vencido duas competições em 2022, a Libertadores e a própria Copa do Brasil. Os mandatários flamenguistas, porém, desejavam um "treinador de grife" e assim trouxeram Vítor Pereira e Jorge Sampaoli, que fizeram campanhas pífias em 2023. Foi um grande erro dos cartolas e a prova final disto se daria ontem, com os caminhos do Urubu e do técnico paulista se cruzando novamente, desta vez em lados opostos.

Dorival repetiu a escalação do jogo de ida em 4-4-2 com duas linhas de quatro e com a óbvia proposta de controlar a partida. Jorge Sampaoli, por sua vez, parece ter aprendido com os erros no Maracanã e mandou seu time em 4-4-2 losango com um meio-de-campo mais povoado.

O Flamengo tomou iniciativa com linhas altas e pressionando a saída de bola tricolor. O São Paulo, recuado, respondeu principalmente pela direita com Wellington Rato aproveitando que Gerson muitas vezes deixava Fabrício Bruno sozinho por aquele lado. Os mandantes ainda deram azar já no primeiro tempo com a lesão de Arboleda, substituído por Diego Costa.

O Rubro-Negro naturalmente abriu o placar com Bruno Henrique pegando um rebote de Erick Pulgar após chute de fora da área. O Tricolor, porém, igualou o placar nos acréscimos em cobrança de falta pela direita, quando Rato achou Nestor livre na esquerda para empatar.



Flamengo, em 4-4-2 losango, ocupa o campo de ataque e
pressiona o Tricolor. São Paulo, recuado em 4-4-2 linear,
segura o jogo e reponde com Wellington Rato pela direita
em cima de Ayrton Lucas ou tentando acionar Calleri
por aquele lado (imagem obtida via this11.com).



O Flamengo busca o segundo gol persistindo nas linhas altas e usando mais o lado direito com Luiz Araújo mas o Rubro-Negro desperdiça chances pela ansiedade nas finalizações ou por intervenção do goleiro Rafael. São Paulo apenas mantém a posse da bola e, eventualmente, tenta lançamentos tirando proveito da marcação adiantada do rival.

O Tricolor perde mais um jogador por lesão, Caio Paulista, que é substituído por Wellington. Dorival coloca mais atletas para reforçar a marcação (Michel Araújo e Gabi Neves), além de Luciano para incomodar a zaga rival. Sampaoli, sem saída, adianta todo o seu time com as entradas de Gabigol, Everton Ribeiro e Victor Hugo mas a ansiedade dos flamenguistas e o calor intenso os impede de trabalhar melhor as jogadas.

São Paulo faz um jogo "correto" e conquista seu primeiro título da Copa do Brasil administrando o resultado obtido no Maracanã. Flamengo luta mas tem de se contentar com o vice por não manter os nervos no lugar e também pelo desempenho pífio no jogo de ida.

Dorival aproveitou a conquista para dar um tapa com luva de pelica nos dirigentes flamenguistas. O treinador fez questão de cumprimentar e consolar um a um seus ex-jogadores. O ano sem títulos do Flamengo é resultado do planejamento ruim dos cartolas rubro-negros que foram muito injustos com o técnico que conquistou dois títulos pelo clube. Como escreveu o jornalista Bruno Villafranca, "em um esporte onde não existe justiça, ela se fez".

O São Paulo, que nada tinha a ver com os problemas do Flamengo, volta a conquistar títulos relevantes e, enfim, consegue se redimir de tantos erros do passado, quando deixou o sucesso lhe subir a cabeça e esqueceu o profissionalismo. Se o Runro-Negro errou com a demissão de Dorival, o Tricolor acertou em cheio com o treinador que melhorou o ambiente no elenco e recuperou a confiança do time.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc




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