terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Devagar e Sempre

Imagem extraída do Facebook oficial de Paulo Henrique Ganso-
https://www.facebook.com/phgansooficial/



O futebol brasileiro atual é muito mais físico do que técnica ou talento. O jogador pode até não ser bom nos fundamentos, mas se correr, for alto, tiver força, marcar bem ou for bem nas bolas paradas, já pode ser considerado "craque". Por outro lado, o jogador não pode ser lento ou estar acima do peso, situações que são consideradas como pecados mortais pelos "professores" de hoje.

Correr com a bola dominada não é tarefa fácil, afinal você precisa conduzí-la rapidamente ao gol ao mesmo tempo em que se desvencilha dos marcadores. É tarefa para poucos. Alguns desses "velocistas" tornam-se tão afoitos e acabam tendo muita pressa para se livrar da bola. Como consequência, o passe ou a finalização torna-se grosseira. Repare como a maioria desses atletas "velozes" finalizam mal aqui no Brasil.

Jogadores considerados "lentos", por outro lado, raramente têm velocidade para conduzir a bola ou para voltarem para ajudar na marcação. Os "professores", que nunca chutaram uma bola na vida, abominam esse tipo de jogador com todas as suas forças. Então, como um atleta considerado lento poderia ajudar em campo?



Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians- https://www.facebook.com/corinthians



A resposta é muito simples: o que muitos desses jogadores não têm de músculos ou de velocidade, eles compensam com cérebro. São atletas que enxergam o jogo, têm qualidade no passe e organizam o meio-de-campo. Eles não têm pressa para se livrarem da bola como os "velocistas": eles a tratam com carinho e esperam o melhor momento para entregá-la redonda nos pés dos atacantes.

A maioria dos "professores" não parece enxergar esse tipo de detalhe. Como têm pouca experiência em campo, não percebem as minúcias do jogo e se deixam levar pelos aspectos físicos em detrimento aos técnicos. Isso se reflete no tipo de treinamento oferecido por esses "professores", que só sabem ensinar marcação, correria e bola parada. Nenhum outro fundamento -passe, drible, cabeceio, finalização, ...- é praticado.

Isso não significa que os meio-campistas velozes sejam ruins. Temos muitos bons meias de excelente movimentação em campo, mas também com muita qualidade no passe e/ou com visão de jogo. Oscar, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Philippe Coutinho são velozes mas também tratam muito bem uma bola. É condenável, no entanto, levar apenas a velocidade como critério para a escalação de um jogador. Ganso, Jádson e Douglas já foram preteridos algumas vezes porque foram considerados "lentos", mesmo com toda a qualidade que eles demonstraram em campo.

Velocidade não é tudo no futebol. O baixinho Xavi já está com 35 anos e nunca teve a velocidade como característica. Poucos atletas, no entanto, têm a sua criatividade e visão de jogo. O Barcelona até vem tentando jogar sem ele uma vez que o meia já manifestou a vontade de pendurar as chuteiras, mas a equipe Blaugrana não apresenta o mesmo rendimento sem o camisa 6, apesar dele não ser exatamente um meia veloz.

Se Xavi tivesse nascido no Brasil, podem ter a certeza que ele ficaria encostado nos times daqui. Tudo porque ele usaria mais o cérebro do que os músculos. Esse deve ter sido um dos motivos para que nossa Seleção fracassasse nas últimas três Copas do Mundo quando apostamos em força e correria de mais e inteligência de menos.



Imagem extraída do Facebook oficial do Grêmio- https://www.facebook.com/MeuGremio/



FÀBREGAS RENASCE

Um dos grandes destaques do Chelsea tem sido o meio-campista Cesc Fàbregas, ex-Arsenal e Barcelona. Fàbregas nunca jogou pelo time Blaugrana a bola que ele jogava pelos Gunners a despeito de ser um craque. Cesc é um jogador versátil, mas sua posição preferida é como volante e alguns treinadores do Barça erraram ao improvisá-lo em outras posições. Mourinho, por outro lado, devolveu o atleta à sua posição favorita e o espanhol só tem feito progressos pelos Blues. O improviso tem seus limites.



VIVA O BORUSSIA!

O departamento médico do Borussia Dortmund, aos poucos, vai se esvaziando. Jogadores como Gündoğan, Reus e Subotić ficaram de molho durante boa parte da temporada. Eles vão retornando aos poucos e recobrando ritmo de jogo. O resultado já apareceu no último sábado, quando a equipe aurinegra goleou o Freiburg e respirou na tabela. Ainda estou esperando os retornos de Bender, Hummels e Großkreutz, mas o resultado já trouxe alívio e esperanças para a equipe mais elegante da Alemanha.


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