sábado, 21 de fevereiro de 2015

Fred: Craque ou Cone?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF



Mais de seis meses se passaram desde a Copa do Mundo. O Brasil fez uma campanha apenas regular, demonstrou pouco equilíbrio emocional, jogou mal em todas as partidas e aquele que deveria ser seu homem-gol, Fred, foi duramente criticado por torcedores e mídia em geral.

Fred, de fato, não fez uma boa Copa do Mundo. Seu desempenho foi muito abaixo do esperado. Movimentou-se pouco em campo, mal tocou na bola e, quando a tinha nos pés, perdeu muitos gols feitos.

As críticas ao atacante, no entanto, foram exageradas. Fred foi mal na Copa e acabou. O desempenho ruim do atacante não significa que ele seja necessariamente um jogador ruim. Muito pelo contrário: Fred tem muitas qualidades que o torcedor e a imprensa, no calor da decepção, ignorou em meio às críticas feitas ao centroavante.

Fred é um bom jogador, sim. Foi um atleta importante no Cruzeiro (clube que o revelou) naquele timaço campeão de 2003, foi peça fundamental no Lyon durante a década de 2000 quando os Gones faturaram sete campeonatos franceses seguidos, e hoje é ídolo e capitão do Fluminense, onde foi duas vezes campeão brasileiro. Ele é um bom atacante, tem faro de gols e soube fazer a diferença nos três clubes que defendeu durante sua carreira profissional. Contra o atacante, pesam o fato dele não ter muita movimentação em campo, sua idade (ele já estava com 30 anos quando disputou a Copa) e o seu grande histórico de lesões.




Sem um meio-de-campo criativo, as bolas não chegavam para
Fred. Felipão obrigava Oscar e Hulk a voltarem para marcar além
 de amarrar as subidas de Paulinho. Resultado: dependíamos
unicamente do talento de Neymar na frente para 
criarmos alguma chance de gol (obtido via this11.com).



Um outro argumento a favor de Fred é que ele não foi o único atacante de área a decepcionar no último mundial. Gonzalo Higuaín (da Argentina) e Edin Džeko (da Bósnia-Herzegovina) também apresentaram desempenho abaixo do esperado, tocando pouco na bola e perdendo muitos gols. E ambos padeceram do mesmo problema que a Seleção Brasileira: falta de criatividade no meio-de-campo.

Tanto Džeko quanto Higuaín balançaram as redes uma única vez durante a Copa, assim como Fred. Os treinadores também sacrificaram a criatividade do meio-de-campo em detrimento à defesa. Na Argentina, os meio-campistas tinham muito mais características de marcação do que criação (Mascherano, Biglia e Gago). O único que poderia criar alguma boa jogada era Maxi Rodríguez, mas, inexplicavelmente, ele era pouquíssimo utilizado e Messi era obrigado a voltar para fazer a função de armador. Na Bósnia, o treinador Safet Sušić tirou seu melhor jogador, o atacante Vedad Ibišević, para colocar mais homens de marcação no meio-de-campo. Como resultado, Džeko tinha de se virar sozinho no ataque, as bolas não vinham e jogador do City virou um peso morto em algumas partidas.



Não foi só Fred que pagou pelo excesso de cautela do treinador: na Argentina (esquerda) e na Bósnia (direita)
os treinadores também sacrificaram a criatividade de seus meios-de-campo para evitar os gols do adversários. Resultado:
Higuaín e Džeko eram pouco acionados e, praticamente, não produziram nada em campo (obtido via this11.com).



Džeko e Higuaín deixaram de ser ídolos em seus respectivos clubes mesmo após terem jogado abaixo das expectativas na Copa de 2014? Os dois, por acaso, deixaram de ser convocados para suas respectivas seleções? É claro que não. Os treinadores e torcedores sabem que os referidos atletas foram mal na competição, mas não perderam seu valor ou importância.

Fred tratou de se redimir ainda em 2014, quando terminou na artilharia do Brasileirão à frente de Henrique. Em uma de suas entrevistas, ele chegou a desabafar -com razão- a respeito das dificuldades vividas no Fluminense e também pelos insultos.

Fred jogou mal a Copa de 2014. No entanto, ele ainda é um bom atacante e mereceu sua convocação porque estava em boa fase no Flu naquela época. O desempenho ruim de um atleta em um jogo ou campeonato jamais pode invalidar o valor que ele possui.



A ELEGÂNCIA VOLTOU!

Eu me deliciei com a vitória do Borussia Dortmund sobre o lanterna Stuttgart em plena Mecedes-Benz Arena. O time de amarelo envolveu os rivais com seu toque de bola e só não venceu por goleada porque os adversários ainda conseguiram diminuir na bola parada. E o que o Reus e o Gündoğan jogam, hein? Leveza, elegância, passes precisos e muita movimentação em campo. Pena que eles não vieram para o Brasil em 2014. Eu estava ansioso para ver os dois desfilando seus talentos em nossos gramados. Já é a terceira vitória seguida dos Aurinegros, que estão cada vez mais longe do rebaixamento e cada vez mais próximos das competições continentais. Ah, e muito obrigado ao portal Terra por exibir algumas partidas da Bundesliga! Foi um prazer imenso acompanhar a partida do meu Borussia através do portal!



UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

Eu queria escrever a respeito do caso de racismo envolvendo torcedores do Chelsea, mas a figura abaixo, publicada no blog Futirinhas, já fez um excelente trabalho, digno de ser compartilhado.

Imagem extraída de https://www.facebook.com/BlogFutirinhas/


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