segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Intenso

Imagem extraída do Facebook oficial do Manchester City- https://www.facebook.com/mcfcofficial/ 



Esperei a semana toda para acompanhar esta verdadeira final dos sonhos da Copa Africana de Nações. As duas melhores seleções africanas -com a licença do Camarões (que tem bons dribladores), da Argélia (que está em boa fase) e do Senegal (que possui grandes jogadores)- enfim teriam um tira-teima para definir quem é o melhor do continente.

Não escondi minha torcida por Gana, mas não fiquei decepcionado com o resultado. Fazia tempo que a geração de Kalou, Gervinho e dos irmãos Touré merecia um troféu para consagrar esta grande equipe. Pena que Drogba, Eboué e Romaric ficaram de fora desta festa.

A Costa do Marfim tem jogadores talentosos. Gervinho e Yaya Touré são jogadores de bola e encantam o torcedor com seus lances. Também gostei das exibições do centroavante Wilfired Bony, considerado o sucessor de Drogba na seleção. Os Elefantes apenas pecam no excesso de força. Os marfinenses cometeram muito mais faltas que os ganeses na final, além de terem levado quatro cartões amarelos contra nenhum dos Estrelas Negras.

Os ganeses, por outro lado, jogam um futebol mais leve, trocam passes e tocam mais a bola ao invés de usarem da correria. Os Estrelas Negras só não jogaram melhor porque os marfinenses tiraram os espaços no meio-de-campo e abusaram dos contra-ataques velozes. Todos os prêmios individuais foram para jogadores ganeses, demonstrando que, embora a Costa do Marfim tenha se sagrado vitoriosa, Gana jogou um futebol melhor.



A estratégia da Costa do Marfim era óbvia: congestionar o
meio-de-campo para dificultar a troca de passes ganesa e articular
contra-golpes pelos lados. Mesmo assim, Gana criou mais chances
de gol e finalizou mais que os Elefantes (obtido via this11.com).



O jogo foi ficando truncado e, inevitavelmente, foi para prorrogação e pênaltis. O cenário de 23 anos atrás -quando Gana e Costa do Marfim se enfrentaram na final da CAN- se repetiu e todos os 11 jogadores de cada time foram obrigados a bater pênalti.

A Costa do Marfim errou as duas primeiras cobranças com Bony e Tallo dando a entender que a taça ficaria com os ganeses pela quinta vez. No entanto,  Acquah e Acheampong desperdiçaram para Gana e os pênaltis foram para as cobranças alternadas.

Nenhum dos lados errava, até que chegou a vez dos goleiros baterem. Barry segurou a cobrança de Razak e o arqueiro marfinense, por sua vez, não desperdiçou. Uma explosão de sentimentos tomou conta dos jogadores de ambas as equipes. Lágrimas de tristeza dos ganeses de um lado, lágrimas de alegria dos marfinenses de outro. O vice-capitão ganês André Ayew chorava copiosamente em sua frustração, comovendo até mesmo os jogadores adversários.

O treinador Hervé Renard libertou-se de sua aparente sisudez, tirou a camisa e fez questão de comemorar com seus atletas. Até arriscou alguns passos com seus comandados. Barry era o mais festejado pela defesa e pela cobrança decisivas.

A geração capitaneada por Yaya Touré, enfim, tem seu merecido troféu e também o reconhecimento que faltava. Muitos deles já têm mais de trinta anos e estão se preparando para se despedir dos gramados, mas mostraram em campo que ainda têm lenha para queimar. Os ganeses ainda são predominantemente jovens: a equipe acabou de ser renovada e seu belo futebol ainda tem muito a evoluir. Esses garotos ainda têm uma longa estrada a percorrer.

A final dos sonhos pode não ter exibido um futebol agradável devido ao jogo truncado, mas não faltaram emoções para recompensar o torcedor que acompanhou a CAN nestas três semanas.

Foi um jogo intenso em todos os sentidos.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/AfricaCupOfNationsOfficial



QUANTIDADE NÃO É QUALIDADE

O Palmeiras trouxe dezoito atletas para a temporada 2015 e trouxe esperanças ao torcedor pelos títulos. O organizado Corinthians, no entanto, precisou de um único lance para resolver o clássico de ontem, quando Victor Hugo errou na saída de bola e permitiu que Danilo fizesse o único gol da partida. O Verdão ainda teve a vantagem numérica em campo com a expulsão de Cássio, mas não conseguiu furar a defesa do Timão e ainda levou mais alguns sustos dos visitantes. Ainda estamos no começo da temporada, mas ficou muito claro que trazer um monte de jogadores não se traduz em resultados.



MUDA, LUIZOMAR!

O Molico deve muito ao treinador Luizomar de Moura pelos feitos do passado, mas o técnico precisa rever alguns conceitos com urgência. Na derrota de ontem para o arquirrival Unilever, o time estava cometendo muitos erros mas o treinador demorou a mexer na equipe. Além disso, as jogadoras do Osasco estão aparentando muita tensão em quadra, e isso não é de hoje. As jogadoras são praticamente as mesmas da Seleção Brasileira (Dani Lins, Thaísa, Adenízia e Camila Brait) e, no time de Zé Roberto, todas jogam com gosto e alegria. Mas no Molico, as meninas demonstram muita apreensão em seus rostos. A oposta Ivna chegou a chorar em uma das partidas da Superliga. Para completar, vi o treinador subindo o tom de voz com suas atletas em um momento em que o time estava bem no jogo. Não precisa disso, professor.



DE NOVO...

Torcedores do Palmeiras e do Corinthians protagonizaram cenas lamentáveis novamente às vésperas do clássico. Eu fui totalmente contra a decisão da Federação Paulista de Futebol de vetar a torcida do Timão no jogo de ontem, mas fica muito difícil não dar razão aos cartolas da FPF quando se vê cenas como essas. Será que um simples jogo de futebol é motivo para tanta violência?


Nenhum comentário:

Postar um comentário