segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A Sérvia Não Pode Ser Serva

Imagem extraída do Facebook oficial do Chelsea- https://www.facebook.com/ChelseaFC



A Iugoslávia foi uma das grandes potências do futebol durante a chamada Guerra Fria, período que corresponde à segunda metade do Século XX. Era uma seleção com muitos jogadores talentosos e grande potencial ofensivo. Seu futebol era tão bonito e ofensivo que os iugoslavos receberam o simpático apelido de "brasileiros da Europa". Embora nunca tenha conquistado títulos, a Seleção Iugoslava tinha um currículo de respeito, com um 4º lugar (1962) em Copas do Mundo e dois vices-campeonatos (1960 e 1968) em Eurocopas.

Com o fim da Guerra Fria, cada um dos países que formavam a antiga Iugoslávia tomou seu próprio rumo. Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Sérvia montaram suas próprias seleções e foram à luta. Algumas destas equipes tiveram maior destaque por contarem com mais atletas de renome e por jogarem um melhor futebol, enquanto outras sequer conseguiram disputar campeonatos continentais como nações independentes.

A Sérvia vem há algum tempo tentando recuperar seus dias de glória dos tempos em que fazia parte da Iugoslávia. O seu melhor desempenho até o momento, no entanto, ainda não foi nada melhor do que uma participação na Copa de 2010, quando conseguiu arrancar uma vitória da poderosa Alemanha mas terminou na lanterna de seu grupo. Os sérvios ainda não conseguiram participar da Eurocopa como uma nação independente.



Imagem extraída do Facebook oficial do Manchester City-
https://www.facebook.com/mcfcofficial



O que falta para que a Sérvia consiga participar com mais frequência de Eurocopas ou Copas do Mundo? O que deu certo nas vizinhas Croácia, Eslovênia e, mais recentemente, Bósnia-Herzegovina?

Simples. A Sérvia precisa de mais bons jogadores. Mais do que isso: esses bons atletas precisam se destacar nas melhores times das melhores ligas do mundo de modo que suas habilidades sejam desenvolvidas e aprimoradas. Somente com muitos minutos jogados e atuando ao lado de outros craques o atleta consegue melhorar seu nível técnico e ajudar a sua seleção. E não pode ser um único atleta: como o futebol é um jogo coletivo, são necessários muitos jogadores bons para que uma seleção consiga emplacar. Do contrário, Goran Pandev (Macedônia) e Mirko Vučinić (Montenegro) teriam carregado suas respetivas seleções nas costas.

Para a felicidade do país balcânico, há uma boa geração de atletas sérvios se destacando na Europa (em especial, na Inglaterra, Itália e Alemanha), com jogadores funcionais em todas as posições e com um razoável potencial para surpreender neste ciclo.

Atletas como os laterais Branislav Ivanović (Chelsea) e Aleksandar Kolarov (Manchester City), os zagueiros Neven Subotić (Borussia Dortmund), Nenad Tomović (Fiorentina) e Milan Biševac (Lyon), e os meio-campistas Nemanja Matić (Chelsea), Dušan Tadić (Southampton) e Adem Ljajić (Roma) vem participando com frequência de seus respectivos times e desfrutam da boa fase de suas equipes. Seus desempenhos podem vir a se refletir em partidas futuras da Sérvia. Vale mencionar, ainda, os muitos sérvios que defendem ou defenderam o português Benfica, como o já citado meio-campista Matić (hoje no Chelsea) o ala Lazar Marković (atualmente no Liverpool), o volante Ljubomir Fejsa e o winger Miralem Sulejmani (estes dois últimos, ainda a serviço dos Encarnados). Pena que o melhor jogador do país, o zagueiro Nemanja Vidić (ídolo do Manchester United e hoje na Internazionale) anunciou sua aposentadoria da seleção em 2012, após o fracasso na campanha para a Eurocopa daquele ano.



Imagem extraída do Facebook oficial de Neven Subotić- https://www.facebook.com/Subotic4/



O caminho para que a Sérvia chegue à Euro 2016, em teoria, não é muito complexo. Os Orlovi dividem a chave com Dinamarca, Portugal, Albânia e Armênia. Os dinamarqueses não possuem mais a força de seus tempos de "Dinamáquina" dos anos 80 (o treinador é o craque Morten Olsen, zagueiro daquele timaço) e a Seleção das Quinas vem apresentando desempenho irregular apesar de ter bons jogadores (Ronaldo, Moutinho e Nani). Albânia e Armênia, por enquanto, não têm tradição no futebol. Boas chances, portanto, para os sérvios conseguirem sua primeira participação em Eurocopas como nação independente.

Problemas? Os jogadores mencionados mostraram-se bons em seus respectivos clubes, mas ainda nem todos brilharam na seleção de seu país. Muitos até participaram das Eliminatórias para a última Copa do Mundo, mas alguns ainda estavam "verdes" demais para representarem seu país. Outro detalhe é que um time cheio de estrelas nem sempre dá liga e o treinador precisa trabalhar bem a cabeça de seus jogadores para evitar possíveis briga de ego no elenco. Por fim, a Sérvia é um time que sempre se destacou pela qualidade de seus defensores, mas sempre apresentou pouca qualidade do meio-de-campo para a frente. Hoje a equipe conta com mais meias velozes e/ou com saída de bola, mas isso ainda é uma novidade nos Orlovi e a equipe terá de aprender a ousar se quiser dar um passo adiante.

Acho que não falta qualidade técnica na Sérvia. falta apenas a equipe sair de sua zona de conforto e ter apetite em campo para superar os rivais. Quem sabe, os sérvios não nos surpreendem neste ciclo com mais ofensividade e futebol bonito.



Imagem extraída do Facebook oficial do Southampton-
https://www.facebook.com/southamptonfc



VERDÃO AINDA NÃO CONVENCE

O Palmeiras, até o momento, não derrotou nenhum adversário de peso -perdeu por 1x0 da Ponte Preta e do Corinthians- e ainda sofreu para superar o São Bento de Sorocaba no último sábado. É verdade que ainda estamos no começo da temporada, mas para um time que fez tantos investimentos e conta com tantas boas opções no elenco (Mouche, Valdívia, Arouca, Zé Roberto, Cleiton Xavier, Maikon Leite e Tobio), eu esperava algo melhor do Verdão.



CRISE? QUE CRISE?

Quase todo dia eu leio notas afirmando a presença de problemas no Real Madrid. Sequência de derrotas em janeiro, lesões no elenco, vaias a Ronaldo, ... Todo time apresenta oscilações, mas muitos veículos de imprensa estão exagerando na dimensão das notícias e fazendo parecer que o Real está a beira de um colapso. Como um time pode estar em crise se está na liderança do Campeonato Espanhol, jogando um bom futebol e com um clima aparentemente bom no elenco? Ah! E a derrota por 4x0 para o vizinho Atlético se deveu muito aos desfalques do time merengue.



CADÊ O VÔLEI?

Não acredito que NENHUMA emissora brasileira transmitiu a final do Sul-Americano Masculino de vôlei entre Sada/Cruzeiro e UPCN Vóley. Não adianta dizer que nosso vôlei é esperança de medalha se as emissoras não dão a atenção devida à modalidade. Quando os jogadores conquistam os troféus, a mídia vai lá, diz que sempre acreditou nos atletas, que sempre apoiou o vôlei brasileiro... Tô vendo. É um belo apoio mesmo.


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