segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O Esporte e a Sociedade





Eu fico pensando com frequência a maneira como o esporte muda a vida das pessoas. A maioria de nossos esportistas, em especial os jogadores de futebol, tiveram origem humilde. Muitos, inclusive, nasceram e cresceram em favelas. Vários deles viveram às margens da sociedade, conviveram com a exclusão social e foram constantemente tentados a seguirem o caminho do crime. Só não trilharam a rota da ilegalidade porque, por sorte ou esforço próprio, descobriram o esporte como alternativa.

O esporte, de certa forma, é uma ferramenta de ascensão social muito poderosa. Talvez até demais. Vejo garotos com idade inferior a 17 anos recebendo propostas de grandes clubes da Europa e polpudas ofertas de patrocínio. Exageros à parte, é um caminho para que um menino ou menina saia da marginalidade e consiga uma vida digna.

Nem todos têm a mesma sorte ou força de vontade e acabam sucumbindo à vida do crime. Há até mesmo crianças agindo no mundo da ilegalidade. Há muito tempo, assisti a uma reportagem na televisão e jamais me esqueci das palavras proferidas a respeito do assunto: "você não tem escolha, o crime te engole".

E se oferecêssemos mais alternativas às pessoas pobres? E se fossem dadas mais chances para que pessoas de origem humilde pudessem encontrar seu caminho no esporte? Poderíamos, ainda, oferecer tais oportunidades a detentos e menores infratores para que possam reconstruir suas vidas através do esporte.

Tais oportunidades poderiam vir das mais variadas formas, como programas sociais, iniciativa privada, organizações não governamentais ou qualquer outro meio semelhante. Penso, inclusive, na possibilidade recrutar menores internos, introduzí-los no futebol e, posteriormente, colocá-los nas categorias de base nos clubes. Bons desempenhos escolares e esportivos poderiam ser utilizado em um programa de recompensa, abatendo o tempo de internação a medida em que o garoto vai tirando boas notas e progredindo em sua modalidade esportiva.

Seriam, obviamente, necessários bons profissionais de áreas sociais, pedagógicas (incluindo profissionais de educação física) e psicológica para que os garotos possam receber instrução (e ressocialização, no caso de internos) adequada. Seriam interessantes também que jogadores oferecessem palestras ao garotos explicando a eles como o esporte os ajudou a fugir da marginalidade e conquistar uma vida digna. Exemplos não faltam.

Tudo isso, por enquanto, não passa de uma utopia, mas pode ser que o craque de amanhã esteja neste momento vendendo balas ali no cruzamento buscando por alguma oportunidade. Basta apenas que ela se apresente para que o menino possa abraçá-la.



AS DUAS JUVENTUS

Ano após ano, a Juventus é soberana na Itália e já abriu nove pontos em relação à segunda colocada, Roma. Mas fora do país, a Juve ainda não convenceu, classificou-se ao mata-mata da Champions a duras penas e vai cruzar com o Borussia Dortmund. Há alguns meses atrás, certamente a Vecchia Signora passaria fácil pelos aurinegros, que estavam muito desfalcados e enfrentavam forte crise. Como o time alemão se recuperou, o resultado já não é tão previsível e há risco dos italianos caírem novamente na competição continental. Será que a Juventus consegue superar esse triste retrospecto?



SHOW DE HORRORES

Assisti ao embate do Ituano contra o Corinthians e o que eu vi foi uma partida com a cara do nosso Paulistão: jogo truncado, cheio de faltas e com um futebol muito feio das duas equipes. Nem os narradores e comentaristas estavam aguentando ver o jogo. Os reservas do Timão tinham tudo para brilhar em campo diante de um adversário fraco, apagar a má impressão deixada diante do Botafogo de Ribeirão e, com isso, cavarem uma vaga no time principal. Mas, pelo jeito, Jadson, Renato Augusto e companhia terão sua titularidade assegurada por um bom tempo. Por outro lado, tivemos outra boa exibição do goleiro corinthiano Cássio que tirou bom proveito de seu tamanho nas intervenções e pode chegar à Seleção se mantiver o bom desempenho.



PREVISÃO PARA A COPA DO BRASIL

Como a grande maioria dos clubes brasileiros declara que está em crise, podem ter a certeza que os times darão o máximo para encontrarem alternativas de receita. Desta forma, tenho certeza que todos os grandes times vão forçar o segundo jogo. Motivo: se os grandes times vencerem por até um gol de diferença no primeiro jogo, haverá partida de volta com o mando da equipe maior. E os grandes clubes estarão de olho na bilheteria e nos direitos de transmissão das partidas de volta. Alguns, inclusive, usarão seus novos estádios como atrativo.

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