Cupcake era uma colega com quem convivi durante meus últimos anos no Instituto de Ciências Biomédicas. Nós nos conhecemos de uma forma bastante curiosa: fomos concorrentes por uma vaga em um concurso público e ela acabou levando a melhor, mas nos tornamos amigos ao invés de eu ficar com raiva dela. Ah! E ela ganhou o apelido por seu talento com a culinária, principalmente com doces.
A convivência com Cupcake foi bastante divertida. Almoçávamos juntos, tomávamos café quase todos os dias e sempre conversávamos bastante. Ela também protagonizava muitas situações engraçadas. Houve uma vez que nós e mais um colega fomos comer pastel no Sacolão Oba, localizado atrás da USP. Durante a volta, eles discutiam sobre vários assuntos aleatórios (só me lembro que política foi um dos temas) e eu me segurava para não rir enquanto chegávamos ao Instituto! E como esquecer o dia em que ela queria tirar braço-de-ferro comigo e eu recusei?
Era 2014 e meu blog estava a todo o vapor com a Copa do Mundo aqui no Brasil. Eu assistia aos jogos, fazia análises táticas e dava palpites com relação às próximas partidas baseando-me no que eu via em campo.
Eu, na ocasião, havia declarado que a Argentina venceria a Suíça em partida válida pelas oitavas-de-final. Cupcake discordou e apostamos um chocolate. A Albiceleste, com sofrimento, levou a melhor sobre os europeus. E acabei ganhando o doce.
Uma semana depois, eu declarei que a Alemanha conseguiria eliminar o Brasil na semifinal. Cupcake ficou incrédula com o que eu disse e quis fazer outra aposta. Se os 7x1 fizeram a tristeza de milhões de brasileiros, foram a minha alegria (OK, nem tanto)! Desta vez, porém, eu aproveitei que havia ido ao shopping alguns dias antes e comprei uns chocolates para ela como prêmio de consolação. E trocamos as guloseimas no encontro seguinte.
Nosso convívio durou até 2015 quando eu deixei o Instituto. Nos encontramos uma última vez em 2017 quando fui visitar o local e nunca mais nos vimos pessoalmente mas mantivemos contato e até hoje conversamos com alguma frequência.
Guardei muitas lembranças boas a respeito de Cupcake. Ela se mostrou, além de uma funcionária competente, uma pessoa maravilhosa. Jamais pensei que poderia fazer amizade com alguém que julgava ser uma concorrente. Foi muito divertido conviver com ela! Se realmente existe destino, podemos dizer que ele foi irônico e surpreendente no bom sentido comigo.
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