O Campeonato Abandonado

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Quem acompanhava o Campeonato Brasileiro até o início dos anos 2000 se lembra que a competição possuía duas fases: a primeira em pontos corridos e a segunda na forma de mata-mata ondo os oito primeiros colocados participavam em busca do título.

Muitos torcedores que viveram aquela época sentem saudades quando o Brasileirão era decidido em formato eliminatório. Não era um formato justo visto que um time de campanha medíocre poderia se classificar em oitavo, reagir no mata-mata e ficar com o troféu; ao passo que equipes poderiam voar nos pontos corridos e sucumbir em um dia ruim durante a fase decisiva.

O formato antigo, por outro lado, impedia justamente o que acontece neste final de competição: a desistência dos times em prol de alguma outra competição considerada mais relevante ou pelo simples fato do líder não poder mais alcançado de forma prática.

O que se vê nesta reta final de Brasileirão são dois ou três times efetivamente brigando pelo título -Inter, Flamengo e, talvez, o Atlético Mineiro. Os demais priorizaram outras competições ou simplesmente desistiram porque não se veem capazes de competir com o líder, se contentando com vaga na Libertadores de 2021. Um efeito colateral do formato de pontos corridos e que também ocorre em outros países.

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O Campeonato Brasileiro, embora não pareça, é a principal competição de futebol em nosso país. É a elite futebolísitica em campo e, por isso, deveria ser mais valorizado e respeitado. Não deveria ser um mero prêmio de consolação para as equipes que foram eliminadas da Copa do Brasil, Libertadores ou Sulamericana.

A CBF até fez sua parte em manter o interesse da competição, como aumentar os valores da premiação em dinheiro ou marcar clássicos regionais para a última rodada, mas não parece ter surtido efeito. A última medida, aliás, teve de ser abandonada por aumentar ainda mais a incidência de confrontos entre torcidas rivais.

Alguns torcedores pedem o retorno do mata-mata, mas eu discordo: este formato não é justo porque desvaloriza o bom desempenho nos pontos corridos e já existe a Copa do Brasil neste mesmo formato que oferece ao vencedor a mesma vaga na Libertadores que o Brasileirão concederia.

Clubes, federações e emissoras deveriam discutir outras possibilidades para se manter o interesse da competição na reta final sem que o regulamento se torne injusto. Todas as partes ganhariam com isso, afinal haveria mais jogos interessantes e, consequentemente, mais visibilidade para patrocínios.

O formato de pontos corridos, a despeito de suas desvantagens, ainda é o formato mais justo que existe por mais que muitos digam que ele se torna desinteressante, sobretudo na reta final. É obrigação das partes envolvidas encontras uma solução justa e criativa para que o Campeonato Brasileiro permaneça interessante em todos os sentidos, inclusive quando há pouco a disputar.

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A VIDA SEM DINIZ

Quase uma semana se passou desde que o treinador Fernando Diniz deixou o São Paulo. Eu ainda enxergo a atitude como necessária visto que não parecia mais haver clima para o técnico permanecer. O Tricolor, porém, perdeu uma grande oportunidade de continuar aproveitando e valorizando os garotos formados em Cotia, algo que os torcedores há anos desejavam e algo que poderia ser muito útil neste cenário de crise econômica. O comandante mineiro errou bastante, mas ele era um dos poucos que tinha coragem para utilizar jogadores da base de maneira efetiva.

CUIDADO COM O TIGRES, PALMEIRAS!

Li pelo menos dois blogs onde os autores afirmavam que o jogo do Palmeiras contra o Tigres no Mundial de Clubes será uma "barbada" visto que o time mexicano seria "fraco" e "muito dependente de André-Pierre Gignac". O Verdão jamais deve embarcar nesse tipo de opinião, afinal todo adversário deve ser encarado com seriedade e respeito. As derrotas do Inter para o Mazembe em 2010 e do Atlético Mineiro para o Raja Casablanca em 2013 estão aí para provar que os times fora do eixo América do Sul-Europa não estão para brincadeiras. Que o Palestra entre em campo concentrado, sem subestimar o adversário mas também sem medo de atacar.

QUEDA ANUNCIADA

O Botafogo é oficialmente o primeiro time rebaixado e terá de fazer companhia ao Cruzeiro na Série B em 2021. O clube há tempos já vinha capengando mas, mesmo assim, resolveu apostar tudo no projeto clube-empresa (que ainda não saiu do papel) e trouxe reforços caros (Kalou e Honda) que não conseguiram fazer a diferença em campo. Fora os outros inúmeros problemas -política, administração, salários atrasados, mudanças de treinadores, ...