segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Lições

Gignac, de pênalti, adiou o sonho do Palmeiras
(imagem extraída de www.facebook.com/fifaclubworldcup)



Ainda não foi no Mundial de Clubes 2020 (disputado neste começo de 2021) que o Palmeiras se livrou da sina de não ter um título na competição, pelo menos de forma oficial. O Tigres, com um gol de pênalti anotado por André-Pierre Gignac, tirou o Alviverde da competição e o Palestra agora terá de se contentar com o terceiro lugar, a ser disputado com o perdedor do jogo entre Bayern München e Al Ahly. 

Muitos fatores podem explicar esta derrota do Verdão diante do Tigres: o cansaço da sequência de jogos (algo que já mencionei aqui o blog), o fuso horário, o nervosismo gerado pela importância da partida e até a inexperiência dos jogadores ou do treinador Abel Ferreira.

O Tigres, ao contrário do que escreveram alguns articulistas, não se mostrou um time limitado e previsível. A equipe mexicana, de fato, foi lenta em campo mas brigou por cada bola como se fosse um prato de comida. E demonstraram uma força mental impressionante, contrastando com o nervosismo palmeirense. Até se utilizaram da cera e da catimba para manterem o controle do jogo.

O Verdão, por sua vez, foi cauteloso em demasia, com a mesma mentalidade demonstrada no jogo contra o Santos na final da Libertadores. Um time nervoso, com muito medo de errar e colocar tudo a perder em um momento tão decisivo. Parecia satisfeito em levar a partida para a prorrogação e pênaltis. Não fosse a boa atuação de Weverton, o Palmeiras iria para o intervalo perdendo.

O Palmeiras voltou para o segundo tempo na mesma toada. O pênalti infantil cometido por Luan e convertido por Gignac sepultou as esperanças do Verdão. Abel Ferreira, mesmo precisando que seu time reagisse, foi conservador nas substituições e se limitou a trocar um lateral por outro, um volante por outro com as mesmas características, e assim por diante. E o português, visivelmente abalado no banco de reservas, não tardou a desabar junto com o time.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaclubworldcup



Todos os fatores mencionados no início do texto, de fato, atrapalharam o Palmeiras. Todos argumentos mais do que válidos visto que vivemos um ano excepcional que, aliás, nem terminou no futebol visto que a temporada ainda continua.

O Palmeiras, no entanto, precisa levar esta dolorosa derrota como aprendizado. É compreensível o medo de colocar tudo a perder com algum erro, mas o Verdão visivelmente confundiu "respeitar" com "temer".

Futebol não se joga apenas com os pés, mas também com a cabeça. Os jogadores mais experientes (Willian, Felipe Melo, Weverton, Luiz Adriano, Gómez, ...) deveriam chamar a responsabilidade, acalmar os companheiros em campo, encorajá-los e liderá-los. Abel Ferreira também não demonstrou a postura esperada de um comandante vencedor, sendo contaminado pelo nervosismo e desabando junto com o seu time.

Não há a necessidade de uma "caça às bruxas" no elenco. Por mais que não tenha aparentado, o Palmeiras realmente desejava vencer o Mundial de Clubes. O título traria premiações, o fim das piadas por parte de rivais e, principalmente, abriria as portas da Europa a Abel Ferreira e todos os seus jogadores. Não há "terra arrasada" no Palestra. Atletas e treinadores merecem continuar e, quem sabe, ter sua revanche.

O Palmeiras, porém, fez com que o medo de perder falasse mais alto que a vontade de vencer. A parte psicológica pesou novamente em um momento crucial. E, diferente do que aconteceu contra o Santos, não houve o fator sorte a favor do Verdão. Todos os erros cometidos durante o Mundial devem ser devidamente absorvidos e utilizados como aprendizado para que não voltem a atrapalhar o Alviverde durante os próximos momentos decisivos.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaclubworldcup




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