quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Obrigado, Cebola




Quando o Palmeiras faturou o bicampeonato da Libertadores, eu nem esperei para assistir à cerimônia de premiação. Vim correndo para o computador para entregar a crônica do jogo o quanto antes. E acabei perdendo um momento que me emocionou profundamente.

Fui assistir a alguns vídeos da entrega do troféu e da festa nos vestiários. E me chamou a atenção a presença de Andrey Lopes, o Cebola, em meio aos jogadores e à comissão técnica. Sim, o auxiliar técnico teve o merecido direito de participar das festividades e de erguer a taça, afinal ele teve muita responsabilidade por esta conquista. Um justo reconhecimento aos seus feitos.

Cebola assumiu o Palmeiras de forma interina em outubro de 2020 enquanto os dirigentes do clube buscavam tresloucadamente um treinador estrangeiro para a vaga do demitido Vanderlei Luxemburgo. O trabalho de Lopes, contudo, saiu muito melhor do que o esperado. O Verdão superou a crise, fez as pazes com a vitória e ainda jogou um futebol de encher os olhos, o que ficou conhecido como "Carrossel do Cebola" ou "Cebolismo".

O trabalho de Cebola foi tão bom que conselheiros consideraram abandonar a busca por um treinador estrangeiro e efetivar o interino, mas o presidente Maurício Galiotte estava decidido a trazer um comandante nascido fora do Brasil. E assim Abel Ferreira chegou quase um mês após a saída de Luxa.



Cebola comemora a conquista da Libertadores junto com os
jogadores (imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras)



A chegada de Abel, contudo, não significou o fim da linha para Cebola. O português permitiu que o interino realizasse uma última partida à frente do Palmeiras para que o novo comandante pudesse observar como o Verdão jogava. Posteriormente, Andrey participou do trabalho de transição do time e ajudou nos ajustes da equipe.

O Palmeiras, mesmo após a saída de Cebola, ainda manteve algumas das características adotadas pelo interino. A movimentação dos jogadores e as trocas de posições eram típicas do "carrossel" e Abel não deixou de aproveitar a herança deixada pelo antecessor.

Não houve um grande agradecimento público a Cebola pela sua contribuição mas nem foi necessário. A ele foi concedido o merecido direito de ir ao pódio, erguer o troféu junto com os atletas e comemorar a conquista da qual ele teve uma participação fundamental.

O bom trabalho de Cebola deve aumentar o assédio de outros clubes sobre o auxiliar. Muitos torcedores já vêm pedindo aos dirigentes de seus respectivos times para que Lopes seja contratado. Não li, por enquanto, nada a respeito de alguma movimentação neste sentido. Sempre que perguntado a respeito do assunto, Andrey sempre foi político em suas respostas. Não deixa de ser mais um reconhecimento à sua gestão.

Eu, se fosse dirigente do Palmeiras, faria o possível para manter Cebola no clube. É inestimável o valor de um auxiliar competente e pronto para assumir o time em caso de emergências. Fazem muita falta um Milton Cruz no São Paulo ou um Jayme de Almeida no Flamengo.







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