terça-feira, 18 de maio de 2021

Alisson e a Bola Parada

Alisson salvou o Liverpool ao fazer um gol de cabeça
(imagem extraída de www.facebook.com/LiverpoolFC)



Ah, a bola parada! Há times que se valem quase que exclusivamente deste recurso para obter seus resultados. Os clubes, desta forma, sempre investem em bons cobradores de faltas ou escanteios, bem como jogadores altos que possam fazer arremates de cabeça em cruzamentos ou levantamentos.

O último domingo consagrou o goleiro do Liverpool, Alisson, em um lance bastante inusitado: os Reds empatavam com o West Bromwich em 1x1 quando, durante os acréscimos do segundo tempo, houve uma cobrança de escanteio próxima ao gol dos Baggies. O arqueiro foi para a área e, com seus 1,91 metros de altura, efetuou um cabeceio certeiro, decretando a vitória dos visitantes.

O feito de Alisson foi bastante celebrado, não apenas pelo Liverpool e seus torcedores. A imprensa do mundo inteiro repercutiu a atitude do brasileiro. O gaúcho foi o primeiro goleiro a fazer um gol pelos Reds, o pioneiro de sua posição em anotar de cabeça na Premier League e também foi a primeira oportunidade em que um arqueiro decide um placar desta maneira na competição.

Já assisti a dezenas de jogos em que o goleiro correu para a área em lances de bola parada para ajudar os companheiros, mas todas as tentativas haviam sido infrutíferas, exceto quando o arqueiro se dispõe a cobrar a falta. A atitude de Alisson, portanto, é vista muito mais como um gesto de desespero do que algo calculado.

Já é bastante arriscado quando os jogadores de defesa avançam para ajudar no ataque, seja devido à compactação ofensiva, seja em lances de bola parada, afinal abre-se um enorme espaço às costas da zaga e, caso o adversário consiga um contra-ataque, as consequências costumam ser desastrosas. Imaginem então os riscos envolvidos quando um goleiro abandona sua meta e tenta ajudar na frente.



Imagem extraída de www.facebook.com/LiverpoolFC



Alisson, porém, não pode ser considerado "impudente" em sua atitude. Seria o último lance do jogo e dificilmente haveria tempo para um contra-ataque para o West Bromwich -apenas se os Baggies fossem extremamente rápidos para avançar à área do Liverpool ou se tentassem um chute a longa distância.

A presença de mais um jogador na área também significa mais dificuldade para a marcação adversária, afinal haverá pelo menos um atleta desmarcado e o goleiro rival terá de se atentar a este futebolista livre. Alisson não apenas representa um homem a mais para incomodar a barreira, como também é muito grande e ajuda a empurrar as linhas, além de utilizar seu tamanho para cabecear.

A atitude de Alisson, portanto, é um recurso interessante mas não pode ser abusado, visto que já haverá o espaço às costas da zaga e, caso o goleiro também suba, o gol ficará totalmente desprotegido. Ele deve ser utilizado em momentos de baixo risco (como o último lance da partida) ou em instantes de total desespero quando não há mais nada a se perder.

Corajoso ou imprudente, Alisson foi o grande herói improvável do Liverpool no último domingo e também entrou para a história do futebol inglês ao anotar o primeiro gol de sua carreira! Será que a moda vai pegar no futebol europeu depois do sucesso do gaúcho?



Alisson não apenas fez o gol da vitória, como também foi eleito o melhor
 em campo (imagem extraída de www.facebook.com/LiverpoolFC)!




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