O Palmeiras Tem Razão

Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras

Qual a real importância de um campeonato estadual? Vale classificação para a Libertadores ou para o Mundial de Clubes? Eterniza jogadores ou técnicos? Faz alguma equipe ser considerada inesquecível? Alguma multidão de torcedores faz cortejo do time até o estádio?

Juca Kfouri já disse no passado: campeonato estadual não vale nada quando o time ganha, mas as equipes entram em crise quando perdem. O Palmeiras, como expliquei em posts anteriores, é o atual campeão paulista, mas o feito não serviu para segurar o cargo de Vanderlei Luxemburgo, demitido em outubro de 2020 após o Verdão cair de rendimento. Por outro lado, se Luxa tivesse sido eliminado do Paulistão provavelmente teria recebido um bilhete azul muito antes.

É incômoda a atual situação do Palmeiras no Campeonato Paulista. O Verdão conquistou apenas doze pontos em nove partidas disputadas. Está em terceiro no Grupo C, atrás do Red Bull Bragantino (21 pontos em dez jogos) e do Novorizontino (18 pontos em nove confrontos). O Palestra, para se classificar às quartas-de-final, precisa vencer seus jogos e secar seus rivais.

Uma eventual eliminação do Palmeiras na fase de grupos seria ruim sem dúvidas, mas cabe fazer uma análise racional: o Campeonato Paulista não acrescenta praticamente mais nada a um clube com a grandeza do Verdão, apenas o prazer de se provar "superior" aos rivais regionais. Ademais, a competição está sendo realizada em um ritmo absurdo, com jogos ocorrendo em intervalos inferiores a 48 horas. A fase de mata-mata também reserva uma maratona de partidas aos seus participantes, com os times podendo realizar quatro confrontos em uma única semana. Um massacre.

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Cabe lembrar que os jogadores não tiveram férias após o término da temporada 2020. O técnico Abel Ferreira e o clube pretendiam descansar os titulares e disputar o Campeonato Paulista apenas com reservas ou garotos da base. O Palmeiras, no entanto, teve as disputas da Supercopa do Brasil e da Recopa Sulamericana, o que obrigou a entidade a refazer o planejamento.

Há, ainda, a disputa da Libertadores em curso e o clube deixou bem claro que a competição continental seria a prioridade. O Paulistão, no cenário apresentado, é muito mais um estorvo do que um investimento. A atitude do treinador Abel Ferreira é plenamente justificável ainda que o Palestra possa passar um "vexame" no estadual.

Torcedores, porém, não aceitariam uma eventual eliminação de bom grado ainda que isto significasse ter lucros adiante. Os fãs querem que o time mantenha a hegemonia e a perda dos dois últimos títulos (Supercopa do Brasil e Recopa Sulamericana) inflamaram os entusiastas. Ademais, uma eventual queda seria motivo de chacota para os rivais. Alguns comunicadores ajudam a piorar o ambiente fazendo matérias sensacionalistas e transformando em "crise" o "risco calculado" do Palmeiras.

Uma eliminação, portanto, não seria de todo mal ao Palmeiras. Haveria mais tempo para descansar os jogadores que já estão desgastados em virtude das férias reduzidas e o Verdão poderia priorizar as competições realmente importantes. O problema é que o esporte não é fundamentado apenas em argumentos racionais e a parte emocional fala muito alto quando uma grande equipe cai, tanto por parte do elenco quanto por parte da torcida...

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