sexta-feira, 7 de maio de 2021

O Tricolor Valente

Imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC



Os times brasileiros, de modo geral, vêm fazendo boas campanhas nesta Libertadores 2021 mas uma das equipes em especial merece ser exaltada após as três primeiras rodadas da fase de grupos: o Fluminense.

O clube de Xerém caiu em um grupo bastante complexo (River Plate, Junior Barranquilla e Santa Fe), passa por dificuldades financeiras, o elenco foi montado às pressas para a competição e, mesmo assim, o Tricolor lidera sua chave com cinco pontos, empatado com os argentinos mas levando vantagem nos critérios de desempate.

Minhas previsões para o Flu não eram nada animadoras dadas a situação financeira do clube e a dificuldade da chave. O Tricolor, porém, conseguiu se impor mesmo diante do forte River Plate (empatou por 1x1 em jogo que merecia vencer) e resistiu à altitude colombiana (venceu por 2x1 diante do Santa Fe com um jogador a menos).

O treinador Roger Machado, a meu ver, é o principal responsável por este bom início de campanha. O ex-lateral consegue unir o pragmatismo típico de seu mentor Felipão com a ofensividade. O técnico também vem mesclando bem a experiência dos veteranos (Fred e Nenê) com a mobilidade dos novatos (como Calegari e Kayky). E, por fim, sua equipe sabe diferenciar "medo" de "respeito ao adversário", sabendo se impor mesmo diante de rivais teoricamente mais fortes.



A juventude de Kayky somada à experiência de Nenê: um dos ingredientes para este
bom início de campanha (imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC)



O bom momento do Fluminense, porém, requer pés no chão. A equipe está bem neste início de Libertadores mas os jogadores tiveram férias reduzidas assim como aconteceu com os demais clubes. Os times podem sofrer com as consequências a longo prazo e o Tricolor, com elenco curto, pode pagar um preço ainda mais alto no segundo semestre. O treinador, portanto, terá de rodar bastante o grupo e, talvez, pedir mais reforços para evitar a queda de rendimento.

O treinador Roger Machado, aliás, pode ser um outro problema. O gaúcho é muito talentoso mas sua pouca experiência fez com que perdesse o controle do grupo em outras equipes a longo prazo. Foi assim no Grêmio, no Palmeiras e no Bahia. Ele precisará de respaldo da diretoria e também terá de utilizar o que aprendeu com os erros passados para evitar mais uma saída pela porta dos fundos.

A própria situação financeira do clube, por fim, pode atrapalhar os planos do grupo. Todos os times brasileiros tiveram prejuízos milionários com a pandemia e as instituições estão sendo obrigadas a vender seus jogadores para honrar os pagamentos. O já citado atacante Kayky já está negociado com o Manchester City.

O Fluminense e seus torcedores, porém, tem todo o direito de desfrutar deste grande momento. O Tricolor demonstra muita valentia em campo e dá esperanças de dias melhores. O treinador e o grupo, mesmo diante de tantos problemas e limitações, se mostram capazes de superar uma chave complexa e, quem sabe, chegar ao mata-mata da Libertadores, o que significaria mais alívio financeiro com os direitos de transmissão dos jogos e valorização dos atletas para futuras vendas.

É necessário ter consciência da realidade em que o Fluminense está inserido, afinal o clube passa por muitas dificuldades, mas é permitido sonhar com uma boa campanha.



Imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC



JENS LEHMAN

Doeu, mas deixei de seguir o ex-goleiro Jens Lehman nas redes sociais -pelo menos, até que o incidente seja devidamente esclarecido. O alemão foi acusado de racismo após supostamente alegar que o compatriota Dennis Aogo é um "negro cumprindo cota". Tenho um respeito enorme pelo ex-arqueiro por tudo o que fez pelo Arsenal, Borussia Dortmund e Seleção Alemã; mas não se compactua com preconceito.



CONSEQUÊNCIAS

Daniel Alves e Luciano deixaram o jogo contra o Racing lesionados e preocupam para a sequência da temporada. O São Paulo, ávido por acabar com o jejum de títulos, está disputando quase todas as suas partidas com força total. A ausência de férias, porém, parece estar cobrando seu preço.



DINIZ

O Santos acertou com o treinador Fernando Diniz. O estilo do técnico combina com o Peixe (ofensividade e uso da base), mas recebo sua contratação com desconfiança dado o seu histórico recente. Eu acredito que Dorival Júnior (mais experiente, com identificação com o clube e com filosofia parecida com a de Diniz) seria mais adequado.




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