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Os times brasileiros, de modo geral, vêm fazendo boas campanhas nesta Libertadores 2021 mas uma das equipes em especial merece ser exaltada após as três primeiras rodadas da fase de grupos: o Fluminense.
O clube de Xerém caiu em um grupo bastante complexo (River Plate, Junior Barranquilla e Santa Fe), passa por dificuldades financeiras, o elenco foi montado às pressas para a competição e, mesmo assim, o Tricolor lidera sua chave com cinco pontos, empatado com os argentinos mas levando vantagem nos critérios de desempate.
JENS LEHMAN
Minhas previsões para o Flu não eram nada animadoras dadas a situação financeira do clube e a dificuldade da chave. O Tricolor, porém, conseguiu se impor mesmo diante do forte River Plate (empatou por 1x1 em jogo que merecia vencer) e resistiu à altitude colombiana (venceu por 2x1 diante do Santa Fe com um jogador a menos).
O treinador Roger Machado, a meu ver, é o principal responsável por este bom início de campanha. O ex-lateral consegue unir o pragmatismo típico de seu mentor Felipão com a ofensividade. O técnico também vem mesclando bem a experiência dos veteranos (Fred e Nenê) com a mobilidade dos novatos (como Calegari e Kayky). E, por fim, sua equipe sabe diferenciar "medo" de "respeito ao adversário", sabendo se impor mesmo diante de rivais teoricamente mais fortes.
A juventude de Kayky somada à experiência de Nenê: um dos ingredientes para este bom início de campanha (imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC) |
O bom momento do Fluminense, porém, requer pés no chão. A equipe está bem neste início de Libertadores mas os jogadores tiveram férias reduzidas assim como aconteceu com os demais clubes. Os times podem sofrer com as consequências a longo prazo e o Tricolor, com elenco curto, pode pagar um preço ainda mais alto no segundo semestre. O treinador, portanto, terá de rodar bastante o grupo e, talvez, pedir mais reforços para evitar a queda de rendimento.
O treinador Roger Machado, aliás, pode ser um outro problema. O gaúcho é muito talentoso mas sua pouca experiência fez com que perdesse o controle do grupo em outras equipes a longo prazo. Foi assim no Grêmio, no Palmeiras e no Bahia. Ele precisará de respaldo da diretoria e também terá de utilizar o que aprendeu com os erros passados para evitar mais uma saída pela porta dos fundos.
A própria situação financeira do clube, por fim, pode atrapalhar os planos do grupo. Todos os times brasileiros tiveram prejuízos milionários com a pandemia e as instituições estão sendo obrigadas a vender seus jogadores para honrar os pagamentos. O já citado atacante Kayky já está negociado com o Manchester City.
O Fluminense e seus torcedores, porém, tem todo o direito de desfrutar deste grande momento. O Tricolor demonstra muita valentia em campo e dá esperanças de dias melhores. O treinador e o grupo, mesmo diante de tantos problemas e limitações, se mostram capazes de superar uma chave complexa e, quem sabe, chegar ao mata-mata da Libertadores, o que significaria mais alívio financeiro com os direitos de transmissão dos jogos e valorização dos atletas para futuras vendas.
É necessário ter consciência da realidade em que o Fluminense está inserido, afinal o clube passa por muitas dificuldades, mas é permitido sonhar com uma boa campanha.
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JENS LEHMAN
Doeu, mas deixei de seguir o ex-goleiro Jens Lehman nas redes sociais -pelo menos, até que o incidente seja devidamente esclarecido. O alemão foi acusado de racismo após supostamente alegar que o compatriota Dennis Aogo é um "negro cumprindo cota". Tenho um respeito enorme pelo ex-arqueiro por tudo o que fez pelo Arsenal, Borussia Dortmund e Seleção Alemã; mas não se compactua com preconceito.
CONSEQUÊNCIAS
Daniel Alves e Luciano deixaram o jogo contra o Racing lesionados e preocupam para a sequência da temporada. O São Paulo, ávido por acabar com o jejum de títulos, está disputando quase todas as suas partidas com força total. A ausência de férias, porém, parece estar cobrando seu preço.
DINIZ
O Santos acertou com o treinador Fernando Diniz. O estilo do técnico combina com o Peixe (ofensividade e uso da base), mas recebo sua contratação com desconfiança dado o seu histórico recente. Eu acredito que Dorival Júnior (mais experiente, com identificação com o clube e com filosofia parecida com a de Diniz) seria mais adequado.
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