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| Mauro Cezar deixou a ESPN em busca de independência (imagem extraída de www.facebook.com/maurocezar000) |
Muitos jornalistas consagrados estão migrando para o Youtube, incluindo comunicadores esportivos. Mauro Cezar, Eduardo Tironi, Arnaldo Ribeiro, Rafael Oliveira, Gustavo Hofman e tantos outros têm seus próprios canais na plataforma onde comentam partidas, realizam análises, opinam e até fazem lives (transmissões ao vivo) onde interagem com o espectador.
Alguns dos jornalistas citados, inclusive, estão deixando as emissoras ou jornais onde trabalham para se dedicar totalmente aos seus canais no Youtube. Preferem trabalhar por conta própria na plataforma a contar com a estabilidade e a infraestrutura oferecidas por um emprego formal.
Parece uma manobra arriscada à primeira vista, sobretudo no cenário atual onde a crise desencadeada pelo coronavírus afetou severamente a economia. Mesmo assim, os jornalistas se mantêm firmes em suas respectivas posturas. Então, por que abandonar um emprego formal e se arriscar a viver do Youtube, plataforma onde milhões tentam a sorte com seus canais mas poucos conseguem se firmar?
A resposta é "independência". Quando o jornalista trabalha para uma emissora ou jornal, o comunicador não pode emitir exatamente tudo o que pensa sob o risco de desagradar aos proprietários dos veículos, aos patrocinadores ou aos espectadores. Isso sem mencionar que alguns dos veículos exigem exclusividade por parte dos seus funcionários, o que os impede, inclusive, de realizarem aparições em outros meios de comunicação como o Youtube.
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| Vitor Sergio Rodrigues, o VSR, mantem o seu próprio canal no Youtube há três anos (imagem extraída de www.facebook.com/CanalDoVSR) |
O Youtube, por outro lado, possui regras menos rígidas: o comunicador basicamente não pode emitir mensagens de ódio, veicular notícias falsas, exibir conteúdo pornográfico e infringir direitos de imagem ou de áudio. Há, portanto, uma maior liberdade para se expressar sem correr o risco de gerar algum conflito de interesses. E o jornalista pode realizar aparições em outros meios de comunicação, inclusive em plataformas concorrentes como Facebook ou Twitch.
Os atuais sistemas de monetização oferecidos pelo Youtube compensam a instabilidade de se trabalhar na plataforma para estes jornalistas. Como os comunicadores já contam com um número apreciável de fãs (Rafael Oliveira, por exemplo, tem cerca de 129 mil inscritos e Mauro Cezar conta com 548 mil seguidores), eles geram muito engajamento o que significa muita audiência e, consequentemente, muito lucro, tanto para o site quanto para os próprios donos dos canais. Ademais, a página oferece um sistema de fidelidade onde o espectador pode pagar pequenas mensalidades para ajudar financeiramente o seu influenciador preferido. Há, ainda, a possibilidade de se conseguir patrocinadores por conta, sem depender totalmente dos recursos do portal.
Trabalhar na internet, obviamente, tem suas desvantagens. Os comunicadores ficam ainda mais expostos a insultos e notícias falsas. O impacto de tais ataques, mesmo que pouco infundados, pode ser tão profundo que poderia resultar na saída de patrocínios, diminuição da audiência e fechamento de seus canais, levando a consequente perda da fonte de renda. Há ainda a possibilidade dos perfis serem invadidos ou roubados, algo que, infelizmente, se tornou frequente no Youtube durante os últimos meses. Quando se trabalha para uma empresa, por outro lado, a instituição pode oferecer suporte ao seu funcionário, inclusive jurídico e psicológico, algo que o jornalista tem de buscar por si próprio enquanto trabalha por conta.
A decisão arriscada dos jornalistas, em princípio, tem se mostrado acertada. A fanbase cultivada pelos comunicadores durante seus anos de televisão vem acompanhando os agora influenciadores no Youtube e os ajudado se manterem na plataforma. Todos os citados nesta artigo já tem mais de dez mil seguidores cada e a audiência também vem apresentando números satisfatórios. E sem a preocupação de se gerar um conflito de interesses por mais polêmicas que sejam as suas opiniões.
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| Gustavo Hofman estreou seu canal no Youtube há pouco mais de um ano (imagem extraída de www.facebook.com/hofmangustavo) |
LINKS PARA OS CANAIS DOS JORNALISTAS CITADOS NESTE ARTIGO:
Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi: www.youtube.com/ArnaldoeTironi/
Gustavo Hofman: www.youtube.com/GustavoHofman/
Mauro Cezar: www.youtube.com/MauroCezar/
Rafael Oliveira: www.youtube.com/RafaelOliveiraFutebol/
Vitor Sergio Rodrigues (VSR): www.youtube.com/CanaldoVSR



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