quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Divã Esportivo

O Palmeiras desabou diante de um determinado River Plate, mas conseguiu segurar o placar
para garantir sua vaga na final (imagem obtida de www.facebook.com/CopaLibertadores)



A psicologia é uma ciência assim como a física, a história, a geografia, a biologia e a química. A questão psicológica, porém, é quase sempre muito subestimada até mesmo pelos próprios cientistas. E o esporte, infelizmente, segue a mesma tendência, muitas vezes negligenciando a saúde mental de seus atletas.

Problemas psicológicos são frequentes no meio esportivo, incluindo o futebol. Os casos vão desde o jogador que deixa de render com as críticas, passando pelo esportista mimado que só pensa em holofotes, e chegando à equipe que se deixa abater ao primeiro gol sofrido. Muitos leigos acreditam que se trata de "frescura" por parte de atletas e acreditam que podem resolver na base da "porrada", mas a situação pode ser mais grave do que aparenta.

O esporte é um meio competitivo. O objetivo (favor, não confundir com "obrigação") é o resultado, a vitória, o título. A pressão e a cobrança é sempre muito grande, seja por parte da torcida, da mídia ou dos próprios clubes.

Os profissionais do meio esportivo (jogadores, técnicos e dirigente) são pessoas públicas. Isto significa que suas vidas estão expostas, e a exposição é ainda maior nos dias de hoje com o advento das redes sociais. O estresse acaba sendo inevitável neste cenário.



A ausência de força mental tem sido um problema frequente no 
São Paulo (imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc)



Todo o esporte precisa de apoio psicológico. O estresse é um problema frequente em um meio competitivo como o futebol e ele acaba afetando as equipes em algum ponto. Por mais que jogadores e treinadores digam que a pressão é normal, ela acaba atingindo os envolvidos em algum momento ou mesmo o time inteiro. Cuca, Muricy Ramalho e Ricardo Gomes, por exemplo, apresentaram sérios problemas de saúde agravados pelo nervosismo que enfrentaram no banco de reservas.

A psicologia possui terapias ou tratamentos disponíveis para que os jogadores e treinadores possam enfrentar os problemas rotineiros da profissão, mas muitos desses métodos levam tempo e o nosso futebol preza demais pelos resultados a curto prazo. Então, muitos dirigentes optam pela solução mais fácil e "jogam os problemas para a torcida", como se insultos, ameaças ou intimidações fossem resolver a questão. Com isso, um ambiente já conturbado torna-se ainda mais tenso.

Cobrança, pressão e necessidade por resultados existem em qualquer ambiente de trabalho, e o futebol não é exceção. Falta, porém, compreender que jogadores e treinadores não são máquinas onde basta fazer a manutenção ou substituição que o problema está resolvido.

Jogadores e treinadores são seres humanos e precisam de saúde em todos os sentidos para renderem, incluindo saúde mental. O investimento em profissionais de psicologia, portanto, pode render muitos ganhos aos clubes a longo prazo. Ou as instituições vão ficar quebrando a cabeça durante um bom tempo até entenderem por que em certos momentos as equipes parecem entrar em colapso...



Talvez um trabalho psicológico junto à Seleção Brasileira pudesse evitar
os 7x1 (imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam)...




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