Prazo de Validade

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians

Fábio Santos retornou ao Corinthians após cinco anos. O lateral-esquerdo chegou de graça ao Parque São Jorge após rescindir com o Atlético Mineiro. O jogador reencontrou seus velhos conhecidos Fágner, Cássio e Gil; todos remanescentes do fantástico time campeão brasileiro de 2015. E o atleta rapidamente tornou-se peça fundamental na reação corinthiana.

Os veteranos ainda contribuem com o Corinthians de certa forma. Todos eles têm identificação com o clube, moral para cobrar os companheiros, entrosamento e currículo. Estes jogadores, junto com os meias Otero e Cazares (que resolveram a falta de criatividade no meio-de-campo), ajudaram a tirar o Timão da zona de rebaixamento e colocaram a equipe na briga por uma vaga na Libertadores, algo inimaginável há não muito tempo atrás.

A presença dos veteranos, se por um lado contribui positivamente com os resultados a curto prazo, pode vir a ser um problema a longo prazo. Sim, basta recordarmos como foi o desempenho do Corinthians em 2018 e em 2019. A culpa pelas exibições ruins caiu sobre os treinadores, mas os jogadores tiveram sua parcela de culpa.

Veteranos como Fágner, Ralf, Jádson, Gil, Vágner Love e Jô visivelmente não eram mais os mesmos de 2015. O auge físico e técnico de alguns deles já havia passado; e suas jogadas já estavam mais do que manjadas visto que o grupo já atuava junto desde aquela época. Os títulos paulistas conquistados no período ajudaram a maquiar os problemas mas durante os torneios realmente importantes ficava evidente que o ciclo de alguns deles já estava chegando ao final.

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Dirigentes corinthianos certamente levaram isto em consideração quando trouxeram Tiago Nunes no começo de 2020. Queriam que o técnico gaúcho renovasse o elenco e mudasse o estilo de jogo mas o processo foi executado de forma muito abrupta, o que gerou a revolta dos jogadores e, consequentemente, a queda do treinador. O Corinthians, pressionado pelas eleições e pela zona de rebaixamento. não teve outra saída senão voltar algumas casas no tabuleiro e contratar o resultadista Vagner Mancini.

Mancini e os veteranos foram fundamentais para a reação do Corinthians. Os resultados apareceram e o clube se permitiu sonhar com algo mais na temporada, mas a questão é até quando isto vai durar? Durante quanto tempo os veteranos irão aguentar em uma época em que o futebol está cada vez mais físico e intenso mesmo aqui no Brasil? E as jogadas? Ainda que o treinador tenha suas particularidades, há muitas semelhanças com os estilos de Mano Menezes, Tite ou Fábio Carille com a equipe priorizando a defesa e o resultado.

Mancini e os veteranos cumpriram muito bem o que lhes foi designado. Vieram os resultados a curto prazo e o Corinthians já está virtualmente livre do rebaixamento -ainda há mínimas chances matemáticas de queda. E o time ainda pode sonhar com a Libertadores, o que seria a cereja no bolo para este ótimo momento. Mas o verdadeiro desafio ficará para a próxima temporada. O time precisa parar de usar a "Geração Tite" como escudo, renovar o elenco e continuar o que foi proposto em 2020. O desempenho satisfatório não pode mascarar as necessidades do grupo.

Fábio Santos foi uma contratação certeira do Corinthians para a temporada. Veio a custo zero, ajudou a livrar o Timão da crise e ainda permitiu ao seu torcedor sonhar com voos mais altos. Mas o veterano lateral sabe: sua aposentadoria bem como a de seus companheiros de 2015 não está muito longe.

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