domingo, 17 de janeiro de 2021

As Aventuras de Paraná




"Paraná" foi um dos primeiros amigos que fiz no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Ele havia chegado lá alguns meses antes de mim e estava aguardando para realizar seu exame de ingresso para a pós-graduação. Seu apelido foi dado pelo técnico do laboratório 105 pelo fato de ser natural de Maringá, cidade pertencente ao referido Estado.

Ele é formado em educação física e através dele pude conhecer melhor o ofício. A profissão era muito mais do que dar aula em escolas, monitorar academias ou trabalhar de personal trainer. Paraná ajudou a quebrar a visão estereotipada que eu possuía com relação ao curso.

Paraná é um sujeito muito bem articulado. Ele tem muita facilidade para explicar coisas e de fazer amigos. Não por acaso ele era muito bem relacionado com as pessoas do instituto, inclusive com integrantes de outros laboratórios. Ele também era muito articulado para contar histórias divertidas e piadas. Dividir a bancada com ele era garantia de diversão.

Ele é um cientista muito competente, tanto que publicou muitos artigos e realizou estágios no exterior, no Canadá e no Chile para ser mais preciso. Mas ele também tinha uma vida muito ativa fora das bancadas. Estava sempre organizando churrascos, rodas de violão, viagens e jogos. E posso dizer por experiência própria de que foi muito divertido acompanhá-lo em suas atividades fora do laboratório.






Paraná também possuía um entusiasmo enorme por esportes. Ele já se envolveu com praticamente todo tipo de modalidade. Já o vi praticar futsal, rúgbi, ciclismo, dança de salão e lutas. Ele também acompanhou um de nossos colegas de laboratório em uma ultramaratona, uma categoria em que o atleta precisa correr à pé por percursos bastante extensos.

As histórias mais divertidas que ouvi a respeito de Paraná foram co-protagonizadas pelo técnico do laboratório. Os dois saíam juntos de moto algumas vezes depois do expediente quase sempre para realizar alguma questão relacionada a documentação. No dia seguinte, o funcionário nos contava como foram os "passeios" e cada volta que os dois realizavam era uma verdadeira epopeia com muitas reviravoltas, momentos de tensão, drama e alívio. Suas aventuras de motocicleta poderiam render um livro com diversos capítulos.

Convivi com Paraná até 2012 quando ele defendeu sua tese de doutorado e partiu para o Chile para dar sequência aos seus estudos. Desde então, nos encontramos algumas poucas vezes -acho que a última vez foi em 2015. Ainda conversamos esporadicamente através de redes sociais mas tive algumas poucas notícias a respeito dele desde então.

Foi divertido demais dividir a bancada com Paraná, um cientista bastante talentoso dotado de um coração enorme e um talento ímpar para aventuras. E, claro, sinto falta das histórias épicas protagonizadas por ele e pelo técnico do laboratório, uma mais divertida que a outra!







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