"Paraná" foi um dos primeiros amigos que fiz no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Ele havia chegado lá alguns meses antes de mim e estava aguardando para realizar seu exame de ingresso para a pós-graduação. Seu apelido foi dado pelo técnico do laboratório 105 pelo fato de ser natural de Maringá, cidade pertencente ao referido Estado.
Ele é formado em educação física e através dele pude conhecer melhor o ofício. A profissão era muito mais do que dar aula em escolas, monitorar academias ou trabalhar de personal trainer. Paraná ajudou a quebrar a visão estereotipada que eu possuía com relação ao curso.
Paraná é um sujeito muito bem articulado. Ele tem muita facilidade para explicar coisas e de fazer amigos. Não por acaso ele era muito bem relacionado com as pessoas do instituto, inclusive com integrantes de outros laboratórios. Ele também era muito articulado para contar histórias divertidas e piadas. Dividir a bancada com ele era garantia de diversão.
Ele é um cientista muito competente, tanto que publicou muitos artigos e realizou estágios no exterior, no Canadá e no Chile para ser mais preciso. Mas ele também tinha uma vida muito ativa fora das bancadas. Estava sempre organizando churrascos, rodas de violão, viagens e jogos. E posso dizer por experiência própria de que foi muito divertido acompanhá-lo em suas atividades fora do laboratório.
Paraná também possuía um entusiasmo enorme por esportes. Ele já se envolveu com praticamente todo tipo de modalidade. Já o vi praticar futsal, rúgbi, ciclismo, dança de salão e lutas. Ele também acompanhou um de nossos colegas de laboratório em uma ultramaratona, uma categoria em que o atleta precisa correr à pé por percursos bastante extensos.
As histórias mais divertidas que ouvi a respeito de Paraná foram co-protagonizadas pelo técnico do laboratório. Os dois saíam juntos de moto algumas vezes depois do expediente quase sempre para realizar alguma questão relacionada a documentação. No dia seguinte, o funcionário nos contava como foram os "passeios" e cada volta que os dois realizavam era uma verdadeira epopeia com muitas reviravoltas, momentos de tensão, drama e alívio. Suas aventuras de motocicleta poderiam render um livro com diversos capítulos.
Convivi com Paraná até 2012 quando ele defendeu sua tese de doutorado e partiu para o Chile para dar sequência aos seus estudos. Desde então, nos encontramos algumas poucas vezes -acho que a última vez foi em 2015. Ainda conversamos esporadicamente através de redes sociais mas tive algumas poucas notícias a respeito dele desde então.
Foi divertido demais dividir a bancada com Paraná, um cientista bastante talentoso dotado de um coração enorme e um talento ímpar para aventuras. E, claro, sinto falta das histórias épicas protagonizadas por ele e pelo técnico do laboratório, uma mais divertida que a outra!
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