domingo, 23 de agosto de 2020

A Final, Afinal

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/



Chegamos, enfim, à final da Champions League 2019-20, competição que foi marcada por algumas zebras e pela interrupção devido à pandemia de COVID-19. A pausa para a quarentena, aliás, obrigou a UEFA a acelerar a fase final do campeonato para não comprometer ainda mais o calendário da próxima temporada.

Paris Saint-Germain da França e Bayern München da Alemanha farão a grande final a ser realizada hoje às 16h no horário de Brasília. Será a primeira vez que o PSG chega à decisão desde os seus 50 anos de fundação, enquanto os bávaros já estiveram lá em dez oportunidades tendo vencido cinco delas.

O Paris Saint-Germain chega com uma boa campanha, com oito vitórias, um empate (diante do Real Madrid na fase de grupos) e uma derrota (sofrida para o Borussia Dortmund durante o jogo de ida nas oitavas). O Bayern, por sua vez, venceu todas as dez partidas disputadas na Champions, algo que nem mesmo a equipe de Jupp Heynckes conseguiu em 2012-13 quando faturou a tríplice coroa.

Ambas as equipes possuem algumas semelhanças como os treinadores alemães (Thomas Tuchel no PSG e Hans-Dieter "Hansi" Flick no Bayern) e a mesma formação tática, o 4-2-3-1.

O Paris Saint-Germain, porém, vem utilizando um jogo mais defensivo, com todo o meio-de-campo mais voltado para a marcação do que a criação e se valendo das individualidades de seu trio de ataque, Neymar, Mbappé e Di María. A formação permite variar para o 5-4-1 (com Marquinhos se juntando a zaga), 4-1-4-1 (conforme o número de meias e volantes) e até 4-3-3 (com Marquinhos tendo liberdade para se juntar aos meias).

O defensivismo do PSG ajudou o time a superar a Atalanta e o Red Bull Leipzig, mas também chegou a deixar a equipe à mercê de seus adversários como aconteceu nas quartas-de-final quando a Dea esteve próxima de eliminar os franceses -se os italianos não tivessem sido tão faltosos, provavelmente o Paris não estivesse nas finais agora. Outro problema é a dependência excessiva de suas individualidades: se Neymar, Di María e/ou Mbappé se lesionarem ou não estiverem bem em campo, o time parisiense perde todo seu poder de fogo, sendo que os reservas (Sarabia e Icardi) não se mostraram à altura dos titulares. O goleiro Keylor Navas é dúvida, mas o reserva Sergio Rico deu conta do recado.



Paris Saint-Germain escalado em 4-2-3-1 na semifinal contra o
Red Bull Leipzig, mas com o goleiro Keylor Navas no lugar
de Sergio Rico (imagem obtida via www.footballuser.com/).



O Bayern vem adotando um futebol bem mais ofensivo nos últimos anos. A equipe alemã ainda joga o mesmo futebol baseado em força e marcação forte como nos tempos de Beckenbauer, mas sabendo absorver influências como o toque de bola espanhol e o dinamismo holandês.

Os bávaros avançam com todo o time em bloco, prendendo a bola no campo de ataque, fazendo marcação alta e sempre mantendo algum jogador pronto para pegar alguma sobra. Se isso torna a equipe uma máquina de fazer gols, também deixa muitos espaços às costas dos zagueiros. O Lyon, por acaso, tirou proveito desses espaços e só não conseguiu a vitória porque pecou nas finalizações. O lateral David Alaba, deslocado para a zaga, também foi outro elo fraco dos Roten e o Barcelona quase mudou o cenário da partida se valendo disto.



Bayern München escalado em 4-2-3-1 na semifinal contra
o Lyon (imagem obtida via www.footballuser.com/).



Os torcedores do PSG, sem dúvida, estarão de olho em Neymar e Mbappé, os dois habilidosos atacantes que sempre fazem a diferença com velocidade e improviso, mas Marquinhos foi, certamente, o jogador mais importante da equipe neste retorno após a pandemia. O zagueiro deslocado para o meio-de-campo apareceu como elemento surpresa na área e fez dois gols importantíssimos (um contra a Atalanta e outro contra o Red Bull).

Pelo Bayern, chega a ser uma injustiça apontar um destaque individual visto que o time é um exemplo de jogo coletivo e trabalho em grupo, mas o lateral-esquerdo Alphonso Davies merece uma menção. O ganês naturalizado canadense foi uma aposta que os bávaros trouxeram no inverno (verão para nós) de 2019 e vem demonstrando muita maturidade em campo a despeito da pouca idade (possui apenas 19 anos) com muita velocidade, habilidade e força física.

Resta saber o que triunfará: as individualidades do Paris Saint-Germain ou o coletivo do Bayern München.

Hoje às 16h no horário de Brasília.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/
 
 


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