sexta-feira, 14 de agosto de 2020

O Meu É Maior

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/



Quando assisti ao Bayern da temporada 2012-13, eu não acreditava que veria um novo time tão espetacular quanto aquele. A equipe de Jupp Heynckes era virtualmente perfeita sabendo aliar o que o futebol alemão tinha de melhor (jogadores altos, força física, solidez defensiva, velocidade, ...) com os conceitos modernos da época (marcação alta, posse de bola, recomposição defensiva, ...).

O Bayern de hoje, se não é tão bom quanto o de Heynckes, é muito próximo disso. É fato que o Barcelona estava fragilizado pelo mau momento, mas a equipe bávara soube nos dar outra aula de futebol com os mesmos ingredientes: a força física do jogo alemão aliado aos conceitos modernos do esporte.

O Barcelona foi a campo em um surpreendente 4-4-2 como quatro volantes (Roberto, De Jong, Busquets e Vidal). Certamente o objetivo foi tirar espaço do meio-de-campo bávaro. Messi e Suárez eram os únicos jogadores próximos à área. Esporadicamente recebiam apoio dos laterais (Semedo e Alba) além de algumas subidas de Vidal.

O Bayern foi com o seu tradicional 4-2-3-1. O meio-de-campo bávaro, contudo, não se limitava à defesa: os laterais e os meias avançavam em bloco e atropelavam as linhas catalãs, seja na imposição física, seja na técnica.

O Barcelona, que levou um gol relâmpago aos quatro minutos, até ensaiou uma reação pressionando principalmente David Alaba (lateral deslocado para a zaga). O austríaco fez um gol contra e cometeu muitas falhas defensivas, mas os ponteiros Serge Gnabry e Ivan Perišić (com apoio dos laterais Davies e Kimmich) aproveitaram as subidas catalãs para articularem contra-ataques e ajudaram o Bayern a retomar o controle do jogo. Com isso, os roten passaram a encurralar os blaugranas e o placar de 4 x 1 ficou até barato para os barcelonistas.



Barcelona no 4-4-2 coloca Messi e Suárez pressionando alaba. Vidal sobe pela
esquerda como um terceiro atacante enquanto Semedo e Alba tentam auxiliar na
frente. Bayern, no 4-2-3-1, aproveita as brechas deixadas pelo trio para encaixar
contra-ataques pelas pontas. Barcelona tenta responder mas acaba levando ainda
mais gols (imagem obtida via this11.com).



No segundo tempo, o treinador Quique Setién tentou buscar a virada trocando os volantes Sergi Roberto e Busquets pelo atacante Griezmann e o ponteiro Ansu Fati. Mas a equipe blaugrana levou mais um gol no início do segundo tempo e ficou ainda mais abalada. Suárez foi o único que tentou animar o time na base da raça e conseguiu diminuir o prejuízo para 5 x 2.

O Bayern limitou-se a trocar os jogadores cansados ou amarelados visto que os alemães ainda mantinham o controle do jogo. O meio-de-campo foi ainda mais agressivo no segundo tempo e, avançando em bloco, atropelou o encurralado Barcelona. Os meias e atacantes bávaros não tinham dificuldades em tabelar na área catalã e acharam mais três gols. O Barça, abalado, não tinha poder de reação. Vidal e Suárez ainda tentaram catimbar mas foi inútil.



Barcelona tenta uma última cartada colocando mais atacantes (primeiro 4-3-3 com
Griezmann e depois 4-2-4 com Fati). Suárez até consegue esboçar uma reação
mas o meio-de-campo bávaro colocou os catalães nas cordas, seja na imposição
física, seja na técnica com tabelas bem executadas (imagem obtida via this11.com).



O Bayern, que parecia encaminhar para mais uma temporada sem muito brilho, volta com tudo após a paralisação. A vitória gigantesca sobre o Barcelona dá moral ao clube bávaro e deixa os adversários ainda mais preocupados. O Barça, que havia ganhado um respiro após a vitória tranquila sobre o Napoli, vê a crise se agravar e podemos esperar uma grande reformulação na equipe na próxima temporada -o treinador Quique Setién e vários medalhões devem pagar o pato no processo.

Esta foi mais uma grande aula de futebol dos alemães, mostrando que os grandões bávaros podem jogar de maneira moderna e ofensiva sem ter de abrir mão do que consagrou a sua escola.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/




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