quarta-feira, 26 de agosto de 2020

O Dilema de Neymar

 

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague

 
  
Quando Neymar aceitou a proposta do Paris Saint-Germain e sair do Barcelona em 2017, sem dúvida passaram muitos anseios pela cabeça do jogador. A transferência para a França significaria um melhor salário, assumir o protagonismo em uma equipe européia, a possibilidade de fazer história em um clube que jamais venceu a Champions League e sair da sombra de Lionel Messi.

O que deveria ser um conto de fadas, contudo, se tornou em uma história de amor e ódio. Neymar teve problemas com alguns companheiros de equipe (o uruguaio Cavani foi o principal deles), não se adaptou à vida na França (ele chegou a ser cobrado por não saber falar francês), sofreu com lesões em momentos cruciais e sempre foi visto em noitadas. O jogador chegou a externar sua insatisfação em alguns momentos que coincidiram com os muitos rumores de que o brasileiro desejava voltar ao Barcelona. Messi e Suárez, aliás, sempre publicaram fotos juntos com o amigo e nunca esconderam o desejo de contar com o atacante novamente no Barça.

O ano de 2020, no entanto, trouxe uma virada na carreira de Neymar. O jogador demonstrou foco e comprometimento como nunca em seu clube. O atacante foi bem na retomada da Champions League após a pandemia, passando a jogar mais pelo grupo (foi menos individualista nos lances e ajudava os companheiros a preencher os espaços) e ainda contou com a sorte ao encarar adversários com menos tradição na reta final da competição -Atalanta e Red Bull Leipzig.

A derrota na final para o Bayern München, porém, foi uma ducha de água fria no bom momento de Neymar. O brasileiro foi quem mais sentiu a perda do troféu que seria a grande consagração de sua carreira. O atacante sabia que a conquista daquele título o colocaria de vez na história do futebol além de abrir-lhe as portas para a Bola de Ouro. O camisa 10 estava tão abalado que foi consolado até mesmo pelos adversários e pelo presidente do PSG, Nasser el-Khelaifi, com quem viveu às turras nestes últimos anos.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Neymar agora terá um período decisivo em sua carreira. Passado o "luto" pela perda do troféu, o jogador terá de decidir seu futuro. Aos 28 anos, o atacante está se aproximando de seu auge físico e técnico. Ele terá de pensar bem as possibilidades para não desperdiçar um tempo precioso em sua trajetória.

O Barcelona ainda parece disposto a contar novamente com o brasileiro, tanto pelo seu talento quanto pela sua amizade com Lionel Messi, o que ajudaria a manter o insatisfeito argentino na Catalunha. Mas, devido à crise financeira causada pelo coronavírus, dificilmente os Blaugranas teriam como desembolsar os mesmos 222 milhões de Euros pagos pelo PSG na época. Ademais, o novo treinador do Barça, Ronald Koeman, ainda não se manifestou sobre a possibilidade de contar com o atacante.

Outros clubes não se manifestaram sobre a possibilidade de tirar Neymar do PSG provavelmente em virtude da crise financeira. Mesmo o Real Madrid, que sonhava com o brasileiro há alguns anos atrás, agora parece mais interessado em Mbappé neste momento.

A tendência, portanto, é que Neymar permaneça no Paris Saint-Germain na próxima temporada. As cobranças que haviam diminuído com a boa fase do atacante deverão voltar na próxima temporada e o brasileiro terá de jogar mais do que nunca para limpar seu nome ante sua exigente torcida.

O conto de fadas ainda não acabou, mas o final feliz só dependerá de Neymar.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




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